quarta-feira, 31 de março de 2010

Comunicação e Alzheimer!!!!!

RETIRADO DO SITE REABILITACAOCOGNITIVA.ORG!!! EXCELENTE!!!!
Comunicação é tudo!!!  Saber se comunicar com pessoas com Alzheimer em fases mais avançadas também é muito importante. Sendo assim, vamos aprender com esse post do Alzheimer’s Reading Room como fazer isso da melhor forma:

1. Faça contato visual. Sempre ao abordá-los cara a cara, faça contato visual. Use o seu nome, se for necessário. É vital que eles realmente vejam você e que a atenção esteja focada em você. Sempre o aborde da frente, se aproximar e falar do lado ou de trás pode assustá-los.

2. Fique em seu nível. A cabeça dele deve estar no mesmo nível da sua cabeça. Flexione os joelhos ou sente-se para chegar a esse nível. Não passe o braço sobre eles, isso pode ser assustador e intimidante. Els não pode se concentrar em você caso esteja focado em seu medo.

3.Diga a ele o que você vai fazer antes de fazê-lo. Especialmente, se você está indo tocá-lo. Ele precisa saber o que vem primeiro, para que  não pense que você está agarrando-o. (ISSO TAMBÉM SERVE PARA OS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS!!!)

4.Fale com calma. Sempre fale de uma forma calma, com um tom otimista de voz, mesmo se você não se sentir assim. Se você está irritado ou agitado, ele pode se espelhar.

5.Fale devagar. Falar menos metade da sua velocidade normal, quando falar com eles. Tome uma respiração entre cada frase. Dê-lhes uma chance de pegar até suas palavras.

6.Falar em frases curtas. Falar em frases curtas e diretas, com apenas uma ideia para uma frase. Normalmente, ele só pode se concentrar em apenas uma idéia em um momento.
Só uma pergunta de cada vez. Deixe-o responder antes de fazer outra pergunta. Você pode perguntar quem, o quê, onde e quando, mas não por que. Porque é muito complicado. Ele pode tentar responder e ficar frustrado.

7.Não diga “lembrar”. Muitas vezes ele não é capaz de fazê-lo, e você está apenas apontando os seus defeitos. Isso é um insulto, e pode causar raiva e / ou constrangimento.

8.Use frases diretas, positivas e inclusivas. Por exemplo, dizer “Vamos aqui” em vez de “Não vamos aqui”. Ser inclusivo e não falando baixo, como se fosse com uma criança. Respeitar sempre o fato de que é um adulto, e tratá-lo como tal.

9. Não discuta com eles. Isso não leva a lugar algum. Em vez disso, valide seus sentimentos, dizendo: “Eu vejo que você está irritado (triste, chateado, etc …). Essa postura permite que ele saiba não está sozinho. Depois redirecioná-lo para outro pensamento, por exemplo, “Parece que você sempre esteve muito com a sua mãe (marido, pai, etc …). Você ama muito, não é? Diga-me sobre o tempo … ” Então, pergunte uma de suas histórias favoritas sobre essa pessoa.

Dicas como essas de comunicação podem ajudar muito a ter e trazer mais qualidade de vida em um contexto diário com pessoas com Alzheimer. Na vida, apesar de sempre sermos a mesma pessoa, temos que nos adaptar as situações, não é isso?? E a comunicação é uma das coisas que profissionais e cuidadores tem que saber adaptar.
Outra dica importante, essa por minha conta (Diana), é informar a familia e ao cuidador da importancia de não corrigi-lo e de não falar na frente dele (ou mesmo que for nas costas dele mas ele perceber que estão falando) o que ele tem feito de errado, dando problema... por muitas vezes já vi familiar falar : " ah, o fulano não me ajuda, reclama de tudo, não faz o exercício direito..." enfim, são algumas falas que o familiar/cuidador tem que ter o "insight" de não usar!!! Espero que tenham gostado!!!
acesse o site reabilitacaocognitiva.org!!! É algo brilhante feito por estrelas da reabilitação!!!!
abrçs neuropsis!!!!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Médico frio...Você quer um desses???

O cérebro humano é dotado da capacidade automática de empatia: quando é exposto ao sofrimento de outra pessoa, ou mesmo o imagina, ele se importa como se a dor alheia fosse sua. A empatia, portanto, é essa mimetização da reação do cérebro do outro. Assim, o sorriso do outro nos alegra e o seu sofrimento...dói.
Entretanto, a reação dos profissionais da área da saúde ao sofrimento alheio parece distinta da empatia que as demais pessoas experimentam, principalmente os médicos. Será esse um embotamento emocional (tipo: "não to nem aí pra vc") aprendido por prática e necessidade serve para sobreviver à própria profissão? Será que, ao contrário, só se torna médico quem consegue não sofrer junto com o paciente? Será que os médicos de fato não empatizam com seus pacientes, ou apenas não o demonstram?O fenômeno da empatia à dor se dá em duas etapas: uma inicial, automática e relacionada à afetividade, e uma posterior, de avaliação cognitiva. Estudos de neuroimagem já haviam demonstrado que, ao ver alguém ser espetado por uma agulha, o cérebro de pessoas “comuns” (leia-se não médicas) tem rapidamente ativados circuitos, como o córtex cingulado dorsal e a ínsula anterior, envolvidos no processamento afetivo da dor – como se ela fosse sua. Daí a aflição e a compreensão da dor do outro. No cérebro dos médicos, ao contrário, essas regiões não são ativadas, mas outras são, envolvidas com atenção, função executivas e autocontrole – como se o médico fizesse força para ignorar o sofrimento alheio, e acabasse conseguindo.
Mas uma outra interpretação seria possível: a própria falta de empatia poderia se tornar automática nos médicos. Um estudo publicado na revista NeuroImage desvendou o mistério. Pesquisadores do grupo de Jean Decety acompanharam a dinâmica da atividade elétrica dos cérebros de médicos e não-médicos, registrada pelo EEG (eletroencefalograma), enquanto esses assistiam a cenas de pessoas sendo espetadas por uma agulha ou tocadas por um cotonete. Descobriram que, tanto no momento inicial (apenas um décimo de segundo após o estímulo visual – relacionado ao componente afetivo) quanto em um posterior (também em menos de meio segundo – associado ao caráter cognitivo), o cérebro dos médicos se comporta da mesma forma ao assistir às situações dolorosas ou não, enquanto o dos outros reage de forma diferente a cada uma dessas situações. 

Esses resultados sugerem que a modulação negativa da empatia à dor que ocorre nos médicos se dá tanto em um nível automático quanto cognitivo. E comprovam que – sim! – os médicos são mais frios quanto à dor alheia, como vários pacientes já reclamam. Analisando bem, pode ser que é justamente essa “frieza”, essa tolerância, que permite que os médicos realizem seus trabalhos. Por exemplo, um ortopedista desesperado com uma fratura nunca conseguiria repará-la. Um pediatra que experimentasse a mesma sensação dos pais de uma criança que se machuca teria comprometida sua capacidade de ajudar, pois a empatia pode levar a um estado geral de alarme e ansiedade. Com a exposição sucessiva, seu próprio bem-estar ficaria prejudicado – e, com isso, sua habilidade médica. A “falta” de empatia do médico pode incomodar. Mas pense bem: em uma emergência, você preferiria ser atendido por um médico tranquilo que resolve o problema rapidamente ou por um médico que se desespera e chora junto com você????

Fonte: Decety J, Yang C, Cheng Y (2010) Physicians down-regulate their pain empathy response: An event-related brain potential study - www.cerebronosso.bio.br

segunda-feira, 22 de março de 2010

Entrevista com a Dra Judith Beck, filha de Aaron Beck, e grande nome da Terapia Cognitiva!!!


ENTREVISTA RETIRADA DA REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS PARA SIMPLES DIVULGAÇAO DA TERAPIA COGNITIVA!! IMPORTANTE LEMBRAR QUE PARA TER ACESSO A REVISTA É NECESSÁRIO ASSINAR OU SE ASSOCIAR A FEDERAÇAO BRASILEIRA DE TERPIAS COGNITIVAS!!!
Autora: Melanie O. Pereira, psiquiatra e formaçao em TC pelo I. Beck de TC e pesquisa.

Dr. Judith Beck, PhD, é a presidente do Instituto Beck de Terapia Cognitiva e Pesquisa, com sede na Filadélfia. É também Professora Adjunta de psicologia em psiquiatria na Universidade da Pensilvania, EUA. A Dr. Judith Beck é responsável por três das principais funções do Instituto Beck: educação, atendimento clínico e pesquisa. Atualmente, divide seu tempo em administração, supervisão e ensino, trabalho clínico, desenvolvimento de programas, pesquisas e de escritora. Trabalha como consultora em diversas pesquisas do NIMH (National Institute of Mental Health) e apresenta workshops, nacionais e internacionais, da aplicação da terapia cognitiva nos mais variados transtornos psiquiátricos. Ela é autora de diversas publicações, dentre as quais se destacado o livro-texto amplamente utilizado Terapia Cognitiva: teoria e prática já traduzido em 12 diferentes idiomas. Finalmente, cumpre destacar que é sócia fundadora e presidente da Academia de Terapia Cognitiva.
RevistaBTC: Como e quando a Terapia Cognitiva passou a ser uma opção profissional para você?
JudithB: Não iniciei minha carreira profissional como psicóloga, desde criança sempre quis ser professora. Fiz Faculdade de Pedagogia na Universidade da Pensilvânia e me especializei como professora de crianças com dificuldades de aprendizado. Eu adorava trabalhar em sala de aula, mas logo percebi que, caso desejasse fazer algo maior em educação, precisaria de mais treinamento. Iniciei um doutorado na área de educação, mas, no meio do caminho, passei a interessar-me e a estudar também psicologia. A principio, pensava que não seria uma boa terapeuta, por não me parecer tão óbvio como fazer uma terapia em comparação de como sempre fora óbvio para mim, mesmo antes de fazer Pedagogia, como ser uma boa professora. No entanto, iniciando formalmente meus estudos em Terapia Cognitiva, ela me pareceu fazer sentido. Depois de muitos anos, finalmente desenvolvi a mesma capacidade de intuição em psicoterapia que possuía para lecionar. Atualmente ocupo uma boa parte de meu tempo ensinando Terapia Cognitiva.
RBTC: As diferenças e semelhanças de Terapia Cognitiva, Terapia Comportamental e Terapia Cognitivo Comportamental, poderia nos dizer algo sobre isto?
JB: Terapia Cognitiva baseia-se na idéia que pessoas com estresse têm freqüentemente o pensamento distorcido e/ou disfuncional. Este pensamento negativo tem um impacto negativo em seu humor, em seu comportamento e, freqüentemente, em sua fisiologia. As sessões de terapia cognitiva são habitualmente estruturadas e direcionadas para auxiliar o paciente a solucionar seus problemas atuais. Neste contexto, o paciente aprende habilidades de solução de problemas, pensamento e comportamento que ele utiliza não só durante o tratamento, mas também no futuro, para permanecer bem. Uma importante parte do tratamento é auxiliar pacientes a aprender como avaliar a validade e a utilidade de seus pensamentos negativos e como responder a eles de uma forma realista. Os pacientes, quando aprendem a fazer isso, se sentem melhor e tornam-se capazes de comportar-se mais funcionalmente. O tratamento é sensível em relação ao tempo de duração e é freqüentemente mais curto do que outras psicoterapias, devido ao fato de que um dos objetivos principais do tratamento é ensinar os pacientes a serem seus próprios terapeutas. Esta é a razão pela qual a Terapia Cognitiva não só ajuda os pacientes a ficarem melhor, mas também a permanecerem melhores.
A Terapia Comportamental é baseada nos princípios de condicionamento clássico e operante. Ela assume que comportamentos são respostas apreendidas a estímulos e que novas respostas podem ser aprendidas
Terapia Cognitivo Comportamental é um termo abrangente para uma variedade de terapias que utilizam algumas combinações de técnicas cognitivas e comportamentais. A Terapia Cognitiva é, algumas vezes, designada como Terapia Cognitivo-Comportamental, mas o que a difere de outros tipos de terapias Cognitivo-Comportamentais é ter a base no Modelo Cognitivo de que crenças e pensamentos de uma pessoa influenciam suas emoções, ações e sintomas físicos, e que as técnicas específicas que o terapeuta escolhe para usar com cada paciente devem ser individualizadas com base na Conceituação Cognitiva deste paciente (a compreensão do terapeuta, confirmada pelo paciente, de quais são as crenças subjacentes do paciente; os padrões não adaptativos que ele desenvolveu para “lidar” com estas crenças; e os pensamentos, emoções e comportamentos diários que aparecem como resultado destas crenças).
RBTC: Por que a Terapia Cognitiva é mais uma revolução do que uma evolução na área da psicoterapia?
JB: Meu pai, Dr. Aaron Beck, fez formação e trabalhou como psicanalista no início de sua carreira. Neste período, decidiu fazer uma série de experimentos, com os quais esperava validar o conceito de que depressão seria o resultado da hostilidade voltada contra o self. Ao descobrir que sua pesquisa invalidava conceitos psicanalíticos de depressão, decidiu estudar este transtorno psiquiátrico. Descobriu que os sintomas da psicopatologia da depressão podiam ser melhor explicados através do exame dos pensamentos conscientes do paciente, no lugar de tentar trazer a tona (hipotéticos) desejos reprimidos e motivações inconscientes. Ele desenvolveu um tratamento para depressão baseado em auxiliar os pacientes a solucionar seus problemas atuais, mudar seus comportamentos disfuncionais e responder de forma adaptativa a seus pensamentos disfuncionais. Esta ênfase na cognição foi de fato uma revolução em psicoterapia.
RBTC: Para onde está caminhando a Terapia Cognitiva?
JB: A pesquisa em Terapia Cognitiva explodiu na década passada, conforme mencionei acima. Ela irá ampliar-se para um número crescente de transtornos psiquiátricos, mesmo os mais severos, assim como para outros problemas médicos e psicológicos. Formulações cognitivas e tratamentos específicos serão adaptados e refinados. Serão necessárias mais pesquisas para determinar a melhor maneira de treinar serviços e profissionais da saúde mental, supervisores e monitores. A Terapia Cognitiva vem sendo aplicada cada vez mais a diferentes ambientes e transtornos, por exemplo, com pessoas idosas, em asilos, e com crianças, em escolas. Vem sendo adaptada para terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, consultores vocacionais e consultores pastorais.
RBTC: A Terapia Cognitiva e os Transtornos Depressivos: com ou sem o uso concomitante de antidepressivos? Por que?
JB: A Terapia Cognitiva pode ser feita com ou sem o uso concomitante de medicação. Pesquisas mostram que Terapia Cognitiva é tão eficaz quanto medicação para depressão. Uma grande vantagem da Terapia Cognitiva, entretanto, é que ela possui a metade dos índices de recaída dos antidepressivos. Deve-se considerar o uso de antidepressivos quando a depressão é severa, especialmente quando o terapeuta não tem um alto grau de experiência.
RBTC: Existe um grande e crescente interesse em Terapia Cognitiva no mundo inteiro. Como lidar com o desafio do treinamento de profissionais em Terapia Cognitiva e como validá-lo em sua opinião?
JB: Pessoas que participam de treinamento de profissionais em Terapia Cognitiva devem ter competência tanto em conduzir uma terapia como em seu treinamento e sua supervisão. Devem ser membros certificados de organizações, tais como, a Academia de Terapia Cognitiva, que requer aos profissionais que apresentem amostras de seu trabalho como evidência de sua competência. Formadores e supervisores deveriam também participar de cursos avançados de treinamento que são oferecidos pelo Instituto Beck ou pelo Centro de Terapia Cognitiva de Oxford.
RBTC: Seu novo livro, recém-lançado aqui, é sobre Terapia Cognitiva Para Desafios Clínicos.
Seria possível nos dizer como ele “aconteceu” para você ?
JB: Percebi, enquanto estava escrevendo Terapia Cognitiva: Teoria e Prática, que a terapia algumas vezes necessitava ser adaptada para pacientes específicos como, por exemplo, aqueles com transtornos de personalidade. Estes pacientes possuem crenças extremamente negativas sobre si mesmos, seus mundos e outras pessoas, crenças estas que eles trazem para o tratamento. Se um paciente acredita, por exemplo, que “as pessoas vão me machucar”, ele provavelmente irá pensar que seu terapeuta poderá machucá-lo também. Portanto, ele poderá estar hipervigilante em relação a poder ser magoado, ser cuidadoso em relação ao que ele relata ao terapeuta e ter dificuldade de aderir completamente ao tratamento. Terapia Cognitiva para Desafios Clínicos descreve como conceituar pacientes complexos e seus problemas, e como variar o tratamento de maneira adequada.
RBTC: “Terapia Cognitiva é superficial”, escutamos muito isto. Como você responderia a esta afirmação?
JB: Pessoas que se pronunciam desta maneira não leram livros básicos de Terapia Cognitiva, nem participaram de cursos de treinamento de Terapia Cognitiva. Se tivessem participado, saberiam que terapeutas cognitivos trabalham para modificar percepções básicas do indivíduo de si mesmo e dos outros, idéias estas que alguns pacientes desenvolveram na infância. Devem também desconhecer literatura de resultados com Terapia Cognitiva, especialmente estudos relacionados com prevenção de recaída. Como a Terapia Cognitiva obtém resultados mais duradouros que outras psicoterapias, ela deve produzir mudanças profundas. Terapeutas cognitivos trabalham para ajudar pacientes a desenvolverem insights de seus problemas, mas não param por aí. Eles auxiliam seus pacientes a aprender, a partir destes insights, a fazerem mudanças importantes em suas vidas e a desenvolverem habilidades que podem usar dali em diante.
RBTC: Terapia Cognitiva com ou sem manuais, parece ser uma pergunta que terapeutas experientes têm feito atualmente. Poderia nos dizer alguma coisa sobre isto?
JB: Terapeutas cognitivos experientes conceituam cada paciente individualmente e planejam o tratamento, durante e entre sessões, baseados nesta conceituação. Terapeutas menos experientes, que não tenham habilidade em conceituação e planejamento de tratamento, podem beneficiar-se do uso de manuais.

domingo, 21 de março de 2010

A importância dos Testes (neuro)psicológicos!!!

Você sabe se seu filho está preparado?
03/03/2010 - 14h19 (Andresa Alcoforado - Da Redação Multimídia)
Falta de atenção ou irritação na hora de estudar são problemas facilmente identificados por pais ou até professores em
Os testes ajudam a identificar possíveis problemas de aprendizagem relacionados com a atenção e memória  ou até mesmo algum comprometimento das funções cerebrais
salas de aula. Mas não basta a simples constatação: muitas vezes a criança precisa de ajuda para que estes episódios não se tornem frequentes. A dica é buscar ajuda de um profissional e os testes feitos em consultórios de psicologia podem ter bons resultados.

Para a psicóloga Diana Viana, os testes ajudam a identificar possíveis problemas de aprendizagem relacionados com a atenção e memória  ou até mesmo algum comprometimento das funções cerebrais."Nesses testes diagnosticamos facilmente dislexia (problemas de leitura), discalculia (deficiência principalmente na matemática) e problemas de escrita e compreensão. Uma dificuldade na leitura, por exemplo, acaba acarretando deficiência em várias matérias", afirma Diana.

Os pais podem utilizar os testes para mapear a capacidade de cada criança. Sabendo as facilidades e dificuldades das crianças fica mais fácil ajudar. "Uma criança que tem diagnosticado um déficit de atenção e hiperatividade pode ser tratada de forma mais coerente. Podemos encontrar interesse nessa criança por alguma outra atividade que a ajude a superar o problema. Mas é importante buscar profissionais capacitados, especialistas na área", acrescenta.
O que dá para fazer em casa?
Os pais precisam estar atentos a todas as atividades dos filhos na escola, não só quando eles tem dúvidas. Criar novas tarefas para ele fora da escola é muito bom. Mas, se mesmo assim,  uma dificuldade é encontrada, é importante buscar ajuda, como um reforço escolar e/ou orientação de um psicopedagogo.


reportagem na íntegra acesse o gazetaonline.globo.com!!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Avaliação dos aspectos cognitivos no Hospital Geral

Voltando a falar sobre avaliação, quando pensamos a nível de hospital geral, seja internação ou até mesmo pronto socorro, a indicação de avaliação dos aspectos cognitivos se dá nos seguintes casos:
1 - Pacientes com lesão cerebral conhecida:
•    Doenças cérebrovasculares
•    Traumatismo crânio-encefálico
•    Neoplasias
•    Encefalopatias (Wernicke-Korsakoff)
•    Infecções (encefalites virais - Herpes, bacteriana, abscesso cerebral)
•    Doenças degenerativas / Demências (D. Alzheimer)
•    Esclerose Múltipla
•    Coréia de Huntington, Doença de Parkinson (Distúrbios do movimento)
•    Tumores do SNC
•    Epilepsias
•    Distúrbios diagnosticados na infância
2 - Pacientes com fator de risco conhecido para lesão cerebral/alterações cognitivas:
•    Doenças sistêmicas :
    - Endocrinopatias (Hipotireoidismo, Diabetes)
    - Transtornos metabólicos e eletrolíticos (Desidratação profunda)
    - Doenças do rim, fígado e pâncreas;
    - Deficiências nutricionais  (tiamina, B12, B6)
   -  Doenças vasculares
   -  Toxinas (álcool, metais pesados, solventes)
   -  Distúrbios auto-imunes (Lupus, EM)
   -  Drogas (incluindo medicação em uso)
   -  Distúrbios Psiquiátricos ( depressão, esquizofrenia, mania)
   -  Outros (hidrocefalia de pressão normal, apnéia do sono)
3) Pacientes que apresentam mudança no comportamento sem uma etiologia identificável.
- Diagnóstico por exclusão / diferencial entre condições psiquiátricas e condições cerebrais agudas ou Tumores.

Dentro de todas essas indicações citadas, é possível citar os principais sinais e sintomas encontrados de acordo com cada função:
 
Fala e linguagem  -  Disartria (problema na articulaçãofala), Disfluência (problema na fluência das palavras)
Alteração marcante na quantidade da emissão de fala, Parafasias (troca de letras palavras), Disnomia - Problemas em encontrar as palavras apropriadas
Capacidades acadêmicas - Alterações na leitura, escrita com reversões freqüentes de letras ou números, cálculo e habilidades numéricas.
Pensamento - Perseveração na fala (repetição por ex.), Ordenação do raciocínio mental e formação de conceitos simplificada ou confusa
Motor -   Fraqueza e incoordenação, particularmente lateralizada, Comprometimento da coordenação motora fina (por ex., alterações na escrita),Apraxias, Perseveração em componentes de ações;
Memória - Comprometimento da memória recente para material verbal e visoespacial, Desorientação temporal/espacial/pessoal, memória do passado relacionado a pessoas, fatos, etc;
Percepção -   Diplopia ou alterações do campo visual, Desatenção (geralmente lateralizada para a esquerda)
Alterações somatossensoriais (particularmente lateralizadas), Inabilidade de reconhecer estímulos familiares (agnosias);
Capacidades Visoespaciais - Capacidade diminuída em habilidades manuais (por ex., consertos mecânicos e costura), Desorientação visoespacial, Desorientação direita-esquerda, Julgamento espacial deficiente (por ex., angulação de distâncias);
Emoções -  Controle emocional diminuído com acessos de raiva e comportamento anti-social, Redução da empatia ou interesse nas relações interpessoais, Alterações afetivas, Irritabilidade sem fatores precipitantes evidentes, Alterações da personalidade;   
Comportamento - Alteração de apetite e/ou hábitos alimentares, Alteração dos cuidados pessoais (cuidado excessivo ou falta de cuidado), Hiper ou hipoatividade, Inapropriação social;
Muitas pessoas emocionalmente perturbadas se queixam de déficits de memória, que tipicamente refletem mais as próprias preocupações, distratibilidade ou ansiedade do indivíduo que tem uma disfunção cerebral.
Desse modo, as queixas sobre a memória, por si só, não indicam necessariamente uma avaliação neuropsicológica. Algumas dessas alterações são provavelmente mais relevantes na ausência de depressão, embora também possam ser tomadas equivocadamente por depressão.

-COMO encaminhar? O papel do profissional que encaminha...
Importante formular perguntas no encaminhamento que definam para o neuropsicólogo a informação que pretende obter, indicando ainda o seu objetivo, que pode ser: Diagnóstico (propriamente dito), descrever o perfil cognitivo atual ou até mesmo um diagnóstico diferencial.
Recomenda-se aguardar melhora clínica para que o desempenho seja fidedigno às capacidades do paciente.
 De qualquer forma, é válido discussão do caso com o solicitante, uma vez que a avaliação pode ter o objetivo de linha de base.

Objetivos da avaliação dos aspectos cognitivos no Hospital Geral:
•    Auxílio diagnóstico
•    Definição da natureza e severidade das alterações cognitivas
•    Informações sobre perfil cognitivo, personalidade, comportamento social/emocional e ajustamento às limitações.
•    Orientação quanto ao manejo e cuidados (família, equipe multiprofissional e cuidadores).
•    Identificar fraquezas e forças funcionais para planejamento de reabilitação

-PORQUE avaliar e intervir precocemente e no ambiente hospitalar?
•    A avaliação precoce do nível dos déficits pode quantificar o grau de dificuldade que o paciente está sustentando agora e alertar a família e equipe das limitações que podem interferir na reabilitação neste momento;
•    Quando em patologias já conhecidas, fornecer dados sobre funcionamento cognitivo atual ou possíveis seqüelas;
•    Pode prevenir restrições desnecessárias e encaminhamentos inadequados (o paciente pode fazer o que?);
•    Confirmar ou modificar as expectativas da incapacidade, baseadas na neuroimagem;

•    Ser um guia para o manejo inicial do paciente: não previne a ocorrência das alterações, mas com o manejo adequado, pode minimizar as conseqüências para família, psicossociais e profissionais.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Déficit de atenção ainda é problema subestimado


As vendas de metilfenidato - medicamento indicado para o tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) – saltaram quase 80% entre 2004 e 2008, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aumento provocou suspeitas de uso indiscriminado da droga: levantou-se até a hipótese de que crianças receberiam erroneamente o diagnóstico positivo por conta do comportamento agitado. Além disso, adolescentes estariam obtendo o remédio tarja-preta clandestinamente para turbinar suas funções cognitivas.

Consultados acerca da eventual prescrição infantil imprópria, especialistas ouvidos por VEJA.com apostaram justamente na tese contrária. "Configura-se mais um caso de subdiagnóstico do que de prescrição exagerada", afirma Luís Rohde, psiquiatra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). "Esse fenômeno de vendas mal corresponde à necessidade real do país", complementa Paulo Mattos, psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do livro sobre o tema No Mundo da Lua. A partir de dados da Anvisa e do IBGE, o médico diz que menos de 30.000 pessoas com TDAH são tratadas por ano no país - número baixo, frente aos 3 milhões de brasileiros potencialmente portadores.

Por essa razão, os especialistas preferem creditar a disparada no consumo à disseminação do conhecimento sobre o distúrbio neuropsiquiátrico - que atinge entre 3% e 6% das crianças em idade escolar. "Quanto maior a gama de informações, capacitação e esclarecimento acerca de um transtorno, mais pessoas procuram um diagnóstico. Isso faz com que aumente a incidência do uso da medicação", afirma Iane Kestelman, psicóloga e presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção.

Diagnóstico difícil - A opinião dos médicos, contudo, não encerra a questão. "De fato, existem diagnósticos errados e o uso desnecessário da medicação - o que ocorre em todas as áreas medicina. Mas o tratamento correto não pode pagar a conta dos maus profissionais", afirma Kestelman.

Na raiz do problema está a dificuldade no diagnóstico de TDAH. Ao contrário de outros males, não há um exame laboratorial que possa complementar ou confirmar a análise realizada em consultório. Para descobrir se uma criança possui o transtorno, é preciso observar se os sintomas ocorrem há pelo menos seis meses em ambientes diferentes, como escola e família. Além disso, o médico especialista deve, por meio de entrevista, analisar se o perfil do paciente se encaixa em uma lista de 18 sintomas. Isso pode dar margem a que um médico menos experiente realize um diagnóstico exagerado.

"Os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade têm que se manifestar em todos os contextos em que a criança vive e precisam provocar um prejuízo na vida dela, seja no relacionamento familiar, social ou no desempenho acadêmico", explica Marcos Arruda, neurologista pediátrico do Instituto Glia e membro da Associação de Neurologia e Psiquiatria Infantil.

Erro e acerto - Por conta de um diagnóstico errado, o designer Gabriel (que prefere não revelar seu nome verdadeiro) viveu severas turbulências durante boa parte da vida. "Minha infância e adolescência foram um inferno. Mais tarde, cheguei a largar a faculdade três vezes devido ao problema", conta. Sofrendo, ele procurou um médico, que apresentou o diagnóstico de transtorno bipolar e impôs ao jovem, hoje com 27 anos, três anos de tratamento intensivo com remédios para combater aquele mal.

Há dois anos, porém, veio um novo veredito: TDAH. Veio também uma nova vida. "Agora, faço em 15 minutos uma tarefa que, por conta de distração, levaria uma hora", diz Gabriel.

Surpresa maior acerca da sua situação médica estaria por vir. Depois do novo diagnóstico, a mãe de Gabriel revelou que ele recebera o mesmo parecer médico na infância. O tratamento, contudo, foi suspenso devido a pressões na escola. "Naquela época, a diretora repreendeu minha mãe porque não achava correto dar um remédio tarja-preta para uma criança", diz Gabriel. "Ela só me contou a história depois do novo diagnóstico: até então, ela tinha vergonha de revelar isso."

Como funciona a droga
A Ritalina, nome comercial do metilfenidato, ajuda pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade a se concentrar com mais facilidade. "Um paciente com TDAH tem seu processo de atenção desregulado na liberação de dopamina (neurotransmissor)", diz Geraldo Possendoro, psiquiatra comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "A medicação estabelece o funcionamento adequado."

FONTE: Veja Extra