segunda-feira, 31 de maio de 2010

Superação na Mídia

Alexandra Lebelson Szafir sempre foi uma mulher inquieta. Nem mesmo a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa que a impede de falar e movimentar qualquer parte de seu corpo (a não ser os olhos e o nariz) fez a advogada criminalista de 42 anos desistir de trabalhar. Nesta segunda-feira (31), às 19 h, no Iate Clube de Santos, em Higienópolis, região central de São Paulo, ela lança “Descasos: uma advogada às voltas com o direito dos excluídos” (Editora Saraiva, 82 páginas), seu primeiro livro.
O livro foi escrito com uma ajuda especial: um software que dá ao nariz de Alexandra a possibilidade de mover o mouse e teclar. O processo levou dois anos, período em que nunca parou de trabalhar. Ela é sócia de um escritório na capital.
O atendimento gratuito a pessoas que jamais poderiam pagar por um advogado também nunca parou. E foi nesse universo de renegados que a advogada foi buscar as histórias do livro. Em 21 capítulos, ela narra de forma simples e bem estruturada o descaso com que a Justiça pode tratar aqueles pelos quais deveria zelar.
São casos como o de um jovem paraplégico – após ser baleado pela polícia e que necessitava de cuidados médicos constantes– e que a promotoria insistia em colocar atrás das grades mesmo sem poder garantir sua integridade. As idas e vindas da cadeia de “Lady Laura”, uma senhora de 75 anos com claros problemas mentais.
Ou ainda a prisão de um acusado que morava na favela e não teve seu endereço encontrado por um oficial de Justiça, o que o levou à prisão. A narrativa de Alexandra corre solta e revela histórias de pessoas tratadas como não humanos.
No entanto, Alexandra dá mostras de porque é inquieta. Não se rende à generalizações, prefere buscar saídas para o labirinto em que a Justiça parece se perder. “Não diria que o Judiciário é desigual; as pessoas têm essa impressão porque geralmente só os casos de pessoas de classe social mais alta são noticiados pela imprensa”, afirma, em entrevista.
“Mas quando esses casos são confrontados com o de uma pessoa pobre na mesma situação jurídica de um rico, os tribunais o tratarão da mesma forma. Basta lembrar que quando o Superior Tribunal Federal (STF) limitou o uso de algemas, em um caso em que se tratava de um humilde pedreiro”, afirma.
A renda do livro de Alexandra será revertida para a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (AbrELA).

fonte: G1, globo.com

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Concreto e Abstrato - Representações Cerebrais

Por definição, concreto é o que se pode experimentar sensorialmente, enquanto abstrato, o oposto. Para entender como o cérebro representa esses tipos de conceitos, um artigo publicado na revista Human Brain Mapping em 2010 reuniu e analisou dados de 19 estudos de neuroimagem sobre como o cérebro lida com o abstrato e o concreto.
Lidar mentalmente com conceitos abstratos ativa mais fortemente o giro inferior frontal e o giro temporal médio, ambos do lado esquerdo, relacionados ao processamento verbal, do que conceitos concretos. Por outro lado, lidar com conceitos concretos aumenta a atividade no córtex precúneo esquerdo, giro para-hipocampal, cingulado posterior e giro fusiforme – áreas envolvidas com a percepção sensorial. O estudo sugere, portanto, que ambos os conceitos concretos e abstratos teriam uma representação comum verbal, enquanto os concretos teriam uma representação adicional por visualização mental, semelhante a uma experiência sensorial, mas que ocorre mesmo na ausência do estímulo externo.
A diferença de tratamento cerebral dedicado aos dois tipos de conceitos pode explicar como as palavras concretas são aprendidas mais cedo e reconhecidas mais rapidamente, por exemplo, graças à possibilidade de se formar imagens mentais desses conceitos: é mais fácil visualizar mentalmente um martelo do que a liberdade. (ACMAC, 25/05/2010)

Fonte: Wang J, Conder JA, Blitzer DN, Shinkareva SV (2010) Neural representation of abstract and concrete concepts: A meta-analysis of neuroimaging studies. Human Brain Mapping 27.

Direito a Inteligência!!

Entrevista, antiga até, com o grande educador romeno Reuven Feuerstein!!!
                                                                   www.icelp.org
Quando convidado para o cargo de secretário de Educação da Bahia, Eraldo Tinoco já tinha um projeto ambicioso: aplicar a toda a rede pública o método de construção da inteligência do educador romeno Reuven Feuerstein, que conhecera por meio de uma reportagem publicada em ISTOÉ ("Deixe-me pensar", edição 1496, de junho de 1998). A máxima de que todas as pessoas, em todas as idades, podem aprender e a crença de que o cérebro é modificável difundidas pelo professor lhe pareceram a solução para melhorar os resultados escolares de um dos Estados mais ricos do Nordeste.

A Bahia deu um passo decisivo para isso. Na terça-feira 27, durante uma conferência para cerca de dois mil educadores em Salvador, Feuerstein assinou com a Fundação Luís Eduardo Magalhães um acordo para utilização e aplicação de seu método por dez anos. "Criaremos know-how e mudaremos toda a rede, resgatando o orgulho da escola pública", disse o secretário. Na segunda visita ao Brasil, Feuerstein, 80 anos, também mostrava entusiasmo. "É a primeira vez que um governo entende que a inteligência é um direito e assume o dever de proporcionar condições para desenvolvê-la", comemorou o ex-discípulo de Jean Piaget com a vivacidade de menino. Iniciado com crianças sobreviventes do Holocausto, seu método tem sido aplicado em mais de 40 países e se concentra na figura do mediador, aquele que enriquece a realidade imediata com novas informações e significados.
Em Salvador, Feuerstein falou a ISTOÉ:


ISTOÉ – Há outro projeto tão amplo quanto este da Bahia?
Reuven Feuerstein – Nos Estados Unidos talvez tenhamos duas mil classes, em Israel treinamos a cada ano 1.500 professores de vários países. Mas o interessante neste projeto não é o tamanho, e sim a orientação para a qualidade e a transformação do sistema educacional. Não se trata da iniciativa de uma escola ou de um grupo, mas de uma rede de ensino. É ambicioso, não na execução, mas na intenção. O processo é longo, mas vamos criar uma atmosfera escolar que dê a cada criança uma forma específica de desenvolvimento. Também haverá em Salvador um centro de treinamento do método.

ISTOÉ – No interior, temos professores com pouca formação. Como aparelhar esses profissionais?
Feuerstein – Quando comecei a preparar o programa, alguns supervisores queriam escolher para mim os melhores professores. Eu disse: "Não, muito obrigado. Mandem-me os professores que mais precisam de mim." Com treinamento apropriado, professores sem especialização ou formação universitária podem ajudar. Temos que dar a eles poder. Isso exige investimento, mas o retorno é grande. Trabalhamos com professores da África do Sul que nem sequer terminaram a escola secundária e eles fizeram um trabalho maravilhoso. Com o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), o professor se torna capaz de produzir o próprio desenvolvimento.
ISTOÉ – Para se tornar um mediador é preciso voltar a ser aluno?
Feuerstein – Somos sempre aprendizes. Ao professor falta a técnica certa. Ao oferecer a teoria da aprendizagem mediada lhe ensinamos como deixar uma criança pronta para aprender a matéria, como torná-la alerta e interessada e fazê-la ir além do que aprendeu.

ISTOÉ – Um breve curso intensivo, como o do projeto piloto em Salvador, é suficiente para dar resultados?
Feuerstein – Os coordenadores pedagógicos tiveram 80 horas de treinamento. Aprenderam que as crianças podem ser modificadas, que não devem ser vistas como limitadas e que não se abandona uma criança com dificuldades. Para aplicar o PEI, os mediadores têm que passar por 230 horas de curso. As crianças não foram submetidas ao PEI. Elas passaram por um diagnóstico do potencial de aprendizagem e de mudança. Sentem que mudaram, mas essa transformação não é permanente. Criamos apenas uma amostra. Cabe aos professores desenvolver o sentimento das crianças de que são capazes de mudar. Depois que aprendem o quanto podem aprender, damo-lhes o PEI.

ISTOÉ – Qual é a dificuldade do professor em ensinar?
Feuerstein – Ele não entende como funciona a mente da criança. O professor aprende a matéria, mas não a descobrir o que se passa com a criança, os processos mentais que estão falhando. Temos que interpretar os erros como uma língua. O método capacita o professor a decifrar o que está acontecendo na cabeça da criança, se há ansiedade, impulsividade, se o problema está na elaboração.

ISTOÉ – Observar cada criança é difícil numa classe grande. Como o método funciona em grande escala?
Feuerstein – O PEI permite elaborar os problemas em grupo. Os exercícios estão estruturados de maneira a evidenciá-los e as crianças são orientadas pelo mediador. O programa aponta dificuldades específicas. A atividade em grupo permite a interação. Cada criança fala de suas dificuldades e experiências, isso cria uma atmosfera de enriquecimento. A experiência de um serve ao outro.

ISTOÉ – Seu método enfatiza a recuperação da auto-estima. É preciso cuidar do emocional?
Feuerstein – É fundamental. Em cada comportamento, temos os dois lados de uma moeda, o cognitivo e o emocional. Acrescento que essa moeda é transparente, se você olha do lado da cognição, vê o reflexo do emocional e vice-versa. Ensinamos as crianças a serem capazes e hábeis, damos o sentimento de competência e desenvolvemos a necessidade de compartilhar experiências.

ISTOÉ – Que progressos obteve com crianças portadoras de deficiências?
Feuerstein – Tratamos, em Israel, de 250 com síndrome de Down e boa parte pôde ir à escola regular. Temos autistas e meninos com lesões cerebrais. O trabalho só funciona há nove meses, mas muitas dessas crianças nem falavam e algumas já falam e lêem. Alex, por exemplo, é um garoto que tinha a parte esquerda do cérebro atrofiada devido a um problema vascular. Ele não falava até os nove anos, aí foi retirada essa parte do cérebro e conseguiu falar, mas não conseguiu aprender a ler e escrever. Aos 16, ele nos foi trazido e ninguém acreditava que fosse capaz. Hoje, três anos depois, está em treinamento para professor de Enriquecimento Instrumental.

ISTOÉ – O sr. ainda crê que não existe determinismo genético.
Feuerstein – Há 40 anos eu rezei pedindo para poder mudar o cérebro. E esperei. Agora, sei que isso é possível. Hoje sabe-se que as atividades que impomos ao nosso cérebro o transformam.

ISTOÉ – A criança bem-nascida tem mais chances do que a subnutrida?
Feuerstein – As condições alimentares afetam as crianças, mas os efeitos nem sempre são eternos. O ser humano tem capacidade de reversão. Há pessoas que nascem com má herança, mas superam as limitações. Trabalhamos com um grupo de crianças da Etiópia que cresceu sem nenhum tipo de estímulo, sem escolas, canetas, livros ou televisão. E elas aprendem, às vezes, mais rapidamente que os bem-nascidos porque estão habituadas a lutar pela sobrevivência.

ISTOÉ – Há escolas e pais ocupados em formar gênios com programas de estímulos desde a fase de bebê. O que isso pode causar?
Feuerstein – Isso é idiotice, é terrível. A criança que está apenas exposta a estímulos não será beneficiada se não houver alguém que agregue conhecimento a isso, um mediador. Quando a criança olha para uma lâmpada e chamamos a sua atenção para a forma, a cor, estamos mediando. Caso contrário, ela vai olhar sem entender nada.

ISTOÉ – Uma mãe sem instrução pode ser uma boa mediadora?
Feuerstein – Maravilhosa. Minha mãe foi boa sem ler minha teoria. A interação da mãe com o bebê, seu rosto, sua expressão, seu modo de acalentá-lo, a todo momento ela está passando informações. Os pais não sabem mais quais são os seus papéis. Temos que mostrar que eles fazem a diferença.

ISTOÉ – Tem havido muitos episódios de violência infantil e adolescente. O que está errado?
Feuerstein – Eu estava nos EUA quando aconteceu aquela tragédia de Denver, Colorado. O grande problema é que não houve quem lhes passasse valores. Faltou-lhes um bom mediador. Na televisão, temos as cenas de violência em que se faz mal a alguém e todos riem. O que isso significa? Não sabemos que isso é causar dor ao outro? Mas o problema não é só a violência. Os jovens vivem num mundo sem passado, não têm história, e sem futuro, não há projeções de vida. Eles não têm horizontes, vivem pelo aqui e agora.

ISTOÉ – Qual foi o primeiro estímulo para o seu trabalho?
Feuerstein – Nem mesmo o meu psicanalista conseguiu descobrir isso. Mas até onde consigo lembrar, eu tinha sete anos quando comecei a ensinar. Eu comecei a ler aos três anos e aprendi em três línguas, em iídiche, língua da minha mãe, em hebraico, a do meu pai, e em romeno, do meu país. Quando eu tinha oito, me mandaram um garoto de 15 que não conseguia aprender a ler e eu consegui, na Romênia, ensiná-lo a ler em hebraico. Como? Ensinei-o a ler uma prece. E aí não parei mais. Quando adulto, estive num campo de concentração e depois trabalhei com crianças sobreviventes do Holocausto. Elas tiveram que aprender por que viver e o próprio aprendizado era uma razão. Estávamos numa escola agrícola e as crianças acordavam às 4 horas para ordenhar as vacas. Quando voltavam, vinham ao meu quarto para estudar Filosofia. Até hoje lembramos o que aprendemos nesses momentos e já não somos mais crianças


A mudança já começou

A Bahia tem 17,7% de evasão escolar e 14,2% de repetência e apresenta um descompasso notável entre a idade da criança e a série escolar. Dos 3,5 milhões de alunos matriculados no ensino fundamental de primeira a oitava séries, 1,1 milhão tem mais de 14 anos e, desse, cerca de 110 mil estão na primeira série. Quase 35% dos 492 mil alunos do ensino médio também têm acima da idade prevista para seu grau, sem contar que 72% dos professores públicos possuem apenas o segundo grau. Para reverter esse quadro, nos primeiros cinco anos o governo pretende envolver no projeto de aplicação do método de Feuerstein cerca de 450 mil alunos do ensino médio e 50 mil professores, 2,5 mil dos quais agirão como multiplicadores. Os alunos serão submetidos durante o primeiro e o segundo ano a 210 horas do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) e os professores, em especial os de Matemática e os de Português, dividirão sua carga horária entre as aulas do currículo e a função de mediadores.

Na segunda etapa, pretende-se beneficiar 300 mil alunos por ano, alcançando ao fim do projeto um total de quase dois milhões de crianças e adolescentes. Nem mesmo Feuerstein, que mantém o Centro de Desenvolvimento de Aprendizagem em Israel, viu uma iniciativa desse porte. Com a assessoria das professoras Rosa Maria Assis, que dirige um centro habilitado para ensinar o método em Belo Horizonte (MG), e Ruth Kaufman, que trabalha há 17 anos com Feuerstein, foi desenvolvido em Salvador um projeto piloto com 20 estudantes e 23 coordenadores pedagógicos. Os alunos foram somente submetidos ao processo de diagnóstico e mostraram, num encontro com Feuerstein, que a simples apresentação das bases do método já traz benefícios. Tiago Sacerdote, 17 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio e sempre teve dificuldades em Matemática. Repetiu a quinta e a sexta séries e nas outras passou raspando. Submetido ao diagnóstico do projeto piloto, descobriu que sua dificuldade não era um destino. "Eu achava que nunca iria aprender. Tinha pavor de Matemática e na prova dava branco. Já fiz uma prova e consegui responder a quase todas as questões", conta animado.

Fonte: Revista ISTO É - 12/05/1999

Neuróbica


Quem foi que disse que o cérebro não precisa de exercícios para se manter ativo? Se o nosso corpo necessita de malhação para ficar sempre em ordem e cheio de disposição, por que com a mente seria diferente?

O cérebro também vai perdendo sua capacidade produtiva ao longo dos anos e, se não for treinado com exercícios, pode falhar. O neurocientista norte-americano, Larry Katz, autor do livro Mantenha seu Cérebro Vivo, criou o que é chamado de neuróbica, ou seja, uma ginástica específica para o cérebro.

A teoria de Katz é baseada no argumento de que, tal como o corpo, para se desenvolver de forma equilibrada e plena, a mente também precisa ser treinada, estimulada e desenvolvida. É comum não prestamos atenção naquilo que fazemos de forma mecânica, por isso costumamos esquecer das ações que executamos pouco tempo depois.

"O objetivo da neuróbica é estimular os cinco sentidos por meio de exercícios, fazendo com que você preste mais atenção nas suas ações e então, melhore seu poder de concentração e a sua memória", explica a psicóloga especialista em análise comportamental e cognitiva, Mariuza Pregnolato. "Não se trata de acrescentar novas atividades à sua rotina, mas de fazer de forma diferente o que é realizado diariamente".
neuróbica

Para o neurologista da Unifesp Ivan Okamoto, tais exercícios ajudam a desenvolver habilidades motoras e mentais que não costumamos ter em nosso dia a dia, porém, tais habilidades em nada se relacionam com a memória.

"Se você é destro e começa a escrever com a mão esquerda, desenvolverá sua coordenação motora de modo a conseguir escrever com as duas mãos e caso um dia, tenha algum problema que limite a escrita com a mão direita, terá a esquerda bem capacitada para isso. Mas o fato de praticar este tipo de exercício não significa que você se verá livre de problemas como esquecer de pagar as contas, tomar o remédio, ou algo do gênero", explica o especialista.

Como funciona a neuróbica?
A neuróbica consiste na inversão da ordem de alguns movimentos comuns em nosso dia a dia, alterando nossa forma de percepção, sem, contudo, ter que modificar nossa rotina. O objetivo é executar de forma consciente as ações que levam à reações emocionais e cerebrais. São exercícios que vão desde ler ao contrário até conversar com o vizinho que nunca dá bom dia, mas que mexem com aspectos físicos, emocionais e mentais do nosso corpo. "São esses hábitos que ajudam a estimular a produção de nutrientes no cérebro desenvolvendo suas células e deixando-o mais saudável", explica Mariuza Pregnolato.

Quanto mais o cérebro é treinado, mais afiado ele ficará, mas para isso não precisa se matar nos testes de QI ou nas palavras cruzadas para ter resultados satisfatórios. "Estas atividades funcionam, mas a neuróbica é ainda mais simples. Em vez de se inscrever em um super desafio de matemática e ficar decorando fórmulas, que tal vestir-se de olhos fechados ou andar de trás para frente?", sugere a especialista. A proposta da neuróbica é mudar o comportamento rotineiro para "forçar" a memória. Por isso, é recomendável virar fotos de cabeça para baixo para concentrar a atenção ou usar um novo caminho para ir ao trabalho.
 
neuróbica

O papel dos sentidos
O programa de exercícios da neuróbica oferece ao cérebro experiências fora da rotina, usando várias combinações de seus sentidos - visão, olfato, tato, paladar e audição, além dos "sentidos" de cunho emocional e social.

"Os exercícios usam os cinco sentidos para estimular a tendência natural do cérebro de formar associações entre diferentes tipos de informações, assim, quando você veste uma roupa no escuro, coloca seus sentidos em sinal de alerta para a nova situação. Se a visão foi dificultada, e é isso que faz com que você sinta o efeito dos exercícios, outros sentidos serão aguçados como compensação", explica Mariuza.

Para estimular o paladar, uma dica bacana é fazer combinações gastronômicas inusitadas. Já pensou em misturar doce com salgado? Maionese com leite condensado? 
Saiba Mais

    * Faça sua avaliação de expectativa de vida
    * Dança ativa memória nos idosos
    * Descansar faz bem à memória

Corpinho de 40 e mente de 20!
A neuróbica não vai lhe devolver o cérebro dos vinte anos, mas pode ajudá-lo a acessar o seu arquivo de memórias. "Não dá para aumentar nossa capacidade cerebral, o que acontece é que com os exercícios você consegue ativar áreas do seu cérebro que deixou de usar por falta de treino", explica Mariuza.

"Você só estimula o cérebro se o exercita, por isso quem sempre esteve atento a esta questão terá menos problemas de saúde cerebral, como demência e doenças cognitivas, como Alzheimer".

21 dicas para você montar seu treino
O desafio da neuróbica é fazer tudo aquilo que contraria ações automáticas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional, por isso:

1-Use o relógio de pulso no braço direito;

2-Ande pela casa de trás para frente;

3-Vista-se de olhos fechados;

4-Estimule o paladar, coma comidas diferentes;

5-Leia ou veja fotos de cabeça para baixo concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado;

6-Veja as horas num espelho;

7-Troque o mouse do computador de lado;

8-Escreva ou escove os dentes utilizando a mão esquerda - ou a direita, se for canhoto;

9-Quando for trabalhar, utilize um percurso diferente do habitual;

10-Introduza pequenas mudanças nos seus hábitos cotidianos, transformando-os em desafios para o seu cérebro;

11-Folheie uma revista e procure uma fotografia que lhe chame a atenção. Agora pense 25 adjetivos que ache que a descrevem a imagem ou o tema fotografado;

12-Quando for a um restaurante, tente identificar os ingredientes que compõem o prato que escolheu e concentre-se nos sabores mais subtis. No final, tire a prova dos nove junto ao garçom ou chef;
neuróbica

13-Ao entrar numa sala onde esteja muita gente, tente determinar quantas pessoas estão do lado esquerdo e do lado direito. Identifique os objetos que decoram a sala, feche os olhos e enumere-os;

14-Selecione uma frase de um livro e tente formar uma frase diferente utilizando as mesmas palavras;

15-Experimente jogar qualquer jogo ou praticar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes.

16-Compre um quebra cabeças e tente encaixar as peças corretas o mais rapidamente que conseguir, cronometrando o tempo. Repita a operação e veja se progrediu;

17-Experimente memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado, em vez de elaborar uma lista. Utilize técnicas de memorização ou separe mentalmente o tipo de produtos que precisa. Desde que funcionem, todos os métodos são válidos;

18-Recorrendo a um dicionário, aprenda uma palavra nova todos os dias e tente introduzi-la (adequadamente!) nas conversas que tiver;

19-Ouça as notícias na rádio ou na televisão quando acordar. Durante o dia escreva os pontos principais de que se lembrar;

20-Ao ler uma palavra pense em outras cinco que começam com a mesma letra;

21-A proposta é mudar o comportamento rotineiro. Tente, faça alguma atividade diferente com seu outro lado do corpo e estimule o seu cérebro. Se você é destro, que tal escrever com a outra mão?
neuróbica

Hábitos saudáveis
Outra atitude indispensável para manter a memória sempre afiada, é prestar atenção na qualidade de vida. O neurologista Ivan Okamoto sugere um estilo de vida mais tranquilo, com alimentação balanceada, sem vícios e com a prática regular de exercícios físicos para manter o corpo e a mente saudáveis.

"A melhor maneira de manter a memória em dia é cuidar da saúde, por isso é importante evitar cigarro e bebidas alcoólicas, seguir uma dieta equilibrada, praticar exercícios e exercitar o cérebro. Manter a atividade mental, seja trabalhando ou participando de alguma atividade em grupo, ajuda a elevar a autoestima e deixar a memória a todo vapor", explica o especialista. 

fonte: www.minhavida.com.br

Cantar para idosos com Alzheimer ajuda memória

Cantar para idosos que sofrem de mal de Alzheimer contribui para a formação de novas memórias, uma das primeiras aptidões que eles tendem a perder. A conclusão é de um estudo da Universidade de Boston.

O pesquisador Brandon Ally e sua equipe decidiram realizar o estudo inspirados pela história de um homem com Alzheimer que conseguia se lembrar de notícias se elas fossem cantadas por sua filha, com a melodia de canções que ele conhecia.

Eles deram a 13 pessoas com Alzheimer e a 14 idosos saudáveis as letras de 40 músicas infantis desconhecidas para ler. Metade deles recebeu as letras acompanhadas das melodias e metade só tinha as palavras faladas.

Aqueles com o mal de Alzheimer foram capazes de reconhecer 40% da letra com música, mas apenas 28% das que só foram lidas. Os idosos saudáveis reconheceram 80% das letras, independentemente de terem sido cantadas ou faladas.

Segundo Ally, poucas coisas ajudam a aprendizagem de fatos novos para quem tem a doença. "É muito legal que escutar letras cantadas ajuda." Ele sugere que ensinar aos pacientes como eles devem tomar seus remédios quando eles estão na fase inicial da demência pode ajudá-los a ter uma vida independente por mais tempo.

Não se sabe ainda por que cantar ajuda, mas o pesquisador diz que a música envolve áreas do cérebro, incluindo as regiões subcorticais, que normalmente são poupadas até a pessoa atingir estágios mais avançados do Alzheimer. "A música também pode melhorar a atenção", acrescenta.

fonte: site Bol

domingo, 23 de maio de 2010

EDUCAÇÃO, DISCIPLINA E LIMITE... Qual deles falta na sua casa?

Nos atendimentos que realizo com crianças, em psicoterapia, cem por cento das vezes necessito, em todas as sessões, conversar com os pais (ou apenas com a mãe que é quem mais acompanha). E desses atendimentos, noventa por cento das vezes a queixa maior é a falta de respeito dos filhos, ou a indisciplina na escola, ou agressividade, ou resumidamente, a falta de tato, de “feeling” dos pais de saberem lidar com seus filhos. Quando falo a esses pais que o problema não são dos filhos e sim deles próprios, muitos se  assuntam, não aceitam ou culpam o outro parceiro. Já ouvi até mães falarem coisas do tipo: “mas doutora, eu faço tudo o que a supernany ensina”. A realidade que falta a percepção desses pais a respeito da educação que devem proporcionar a seus filhos. Melhor que isso, falta percepção dos pais de saberem o tipo de educação que receberam e o tipo de educação que devem dar a seus filhos nos tempos atuais.
Cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito, uma quebra de limites, fazendo com que seus filhos não compreendam e rompam o limite natural para seu comportamento em família e em sociedade.
Apesar de serem fisicamente mais fortes, muitos pais que não reagem à quebra de limites dos filhos, acabam permitindo que estes, muito mais fracos, os maltratem, invertendo a ordem natural de que o mais fraco deve respeitar o mais forte. A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante.
Pedir um brinquedo é aceitável, mas quebrar o brinquedo meia hora depois de ganhá-lo e pedir outro é inaceitável. É importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante clara porque, mais tarde, será preciso dizer ao adolescente de quinze anos que sair para dar uma volta com o carro do pai não é permitido, e ponto final.
Por exemplo, estudo é essencial; portanto, os filhos têm obrigação de estudar. Caso não o façam, terão sempre que arcar com as conseqüências de sua indisciplina, que deverão ser previamente estabelecidas pelos pais. Só poderão brincar depois de estudar, por exemplo. No que é essencial, os pais deverão dedicar mais tempo para acompanhar de perto se o combinado está sendo levado em consideração (quis dizer os PAIS, não remetendo essa obrigação a babas, avós, tias e muito menos creche ou escola!!!). Os filhos precisam entender que têm a responsabilidade de estudar e que seus pais os estão ajudando a cumprir um dever que faz parte da “brincadeira” da vida.

Entendendo a educação familiar de hoje:
A primeira geração educou seus filhos de maneira patriarcal, com autoridade vertical — o pai no ápice e os filhos na base. Esta era obrigada a cumprir tudo o que o ápice determinava. Com isso, a segunda geração foi massacrada pelo autoritarismo dos pais, e decidiu refutar esse sistema educacional na educação dos próprios filhos. Na tentativa de proporcionar a eles o que nunca tiveram, os pais da segunda geração acabaram caindo no extremo oposto da primeira: a permissividade. A Psicologia/Psicanálise (infelizmente) contribuiu muito para isso ao divulgar frases como: “Não reprima seu filho”, “Seja amigo de seus filhos”, “Liberdade sem medo”. Boa parte dos adultos quis aderir ao modelo horizontal, em que pais e filhos têm os mesmos direitos, evitando neuroticamente o uso da autoridade, por confundi-la com autoritarismo.
Esses jovens ficaram sem noção de padrões de comportamento e limites, formando uma geração de “príncipes” e “princesas” com mais direitos que deveres, mais liberdade que responsabilidade, mais “receber” que “dar” ou “retribuir”.
É preciso recuperar a autoridade fisiológica, o que não significa ser autoritário, cheio de desmandos, injustiças e inadequações. Autoridade é algo natural e que deve existir sem descargas de adrenalina, seja para se impor, seja para se submeter. Desse modo, o relacionamento desenvolve-se sem atropelos. O autoritarismo, ao contrário, é uma imposição que não respeita as características alheias, provocando submissão.
É essencial à educação saber estabelecer limites e valorizar a disciplina. E para isso é necessária a presença de uma autoridade saudável. O segredo que difere autoritarismo do comportamento de autoridade adotado para que a outra pessoa (no caso, filhos ou alunos) torne-se mais educada ou disciplinada está no respeito à auto-estima.

Referencia: Tiba, I., Disciplina, limite na medida certa.

Seu Filho é especial!!!!

Seu filho é especial. Como toda criança, nasceu com um conjunto altamente distintivo de forças e de fraquezas e uma personalidade que lhe é peculiar. Agora que seu filho foi diagnosticado como tendo paralisia cerebral ou um transtorno dos movimentos, vocês possivelmente começarão a ouvir a palavra “especial” usada de diferentes maneiras. Médicos especialistas, terapeutas e professores podem dizer-lhes que vocês têm uma “criança especial” com “necessidades especiais”. Cada um desses profissionais pode explicar algumas das maneiras como a paralisia cerebral torna seu filho especial e pode oferecer sugestões sobre tratamento e cuidados de suas necessidades especiais. Todavia, provavelmente ainda têm muitas perguntas sobre o que esperar para o seu filho. “Paralisia cerebral” é uma expressão abrangente para diversos distúrbios que afetam a capacidade infantil para se mover e manter a postura e o equilíbrio. Esses distúrbios são causados por uma lesão cerebral que ocorre antes, durante ou dentro dos primeiros dias depois do nascimento. Essa lesão não prejudica os músculos nem os nervos que os conectam à medula espinal – apenas a capacidade do cérebro para controlar esses músculos. Dependendo de sua localização e gravidade, a lesão cerebral que causa os distúrbios de movimento de uma criança também pode causar outros problemas, que incluem deficiência mental, convulsões, distúrbios de linguagem, transtornos de aprendizagem e problemas de visão e audição.
Uma vez que a paralisia cerebral influencia o modo como as crianças se desenvolvem, ela é conhecida como uma deficiência (distúrbio) do desenvolvimento. Atualmente, nos Estados Unidos, existem mais pessoas com paralisia cerebral do que com qualquer outro distúrbio do desenvolvimento, incluindo a síndrome de Down, a epilepsia e o autismo.
Aproximadamente 2 crianças em cada 1.000 nascidas nos EUA têm algum tipo de paralisia cerebral. Ainda que as crianças com paralisia cerebral muito leve ocasionalmente se recuperem na época da idade escolar, a paralisia cerebral geralmente é uma deficiência que dura toda a vida. Na maioria dos casos, o movimento e outros problemas associados à paralisia cerebral influem no que uma criança é capaz de aprender e fazer, em graus variados, ao longo de sua vida. De que modo exatamente a paralisia cerebral afetará a vida de seu filho dependerá de vários fatores. Muitos destes – tais como a atitude do seu filho em relação à incapacidade dele, o apoio que lhe oferecem e os cuidados médicos, educativos e terapêuticos que ele recebe. Embora não possam predizer que o potencial do seu filho possa ser ainda maior do que aquele que se prediz para qualquer outra criança, certamente os pais podem (e devem) ajudar seu filho a alcançar seu potencial e a melhor qualidade de vida possível.
Voltando no nome “especial” para os nossos filhos...ter um filho especial é fácil, porque todos são!! Ter um filho especial e com necessidades especiais pode complicar um pouquinho, mas não é impedimento para felicidade...e muitas mães acham até que eles são MUITO mais especiais, porque cada ato, cada momento, cada vitória (que para nós vira parte do cotidiano) é digno da mais pura felicidade!! A felicidade de ser uma mãe com um filho com necessidades especiais não é saber talvez ele possa fazer uma faculdade, mas é saber que cada dia é vivido com grande intensidade, vivido plenamente, sentindo o gosto da vitória diariamente.

Referencia: Geralis, E. - Paralisia Cerebral

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Memória pra que te quero 2... Alimentação!!!!


Manter e melhorar a memória: confira dicas rápidas de alimentos que podem ajudar.

Uma alimentação mais saudável pode combater até mesmo a perda de memória. A nutricionista funcional Patrícia Davidson elaborou uma lista de alimentos com papel na manutenção e melhora das funções do sistema nervoso relacionadas a memória e concentração.
Aqui estão alguns alimentos indicados para melhorar a sua memória:

    * Gema de ovo - A gema de ovo é a maior fonte de colina, vitamina que faz parte do complexo B e auxilia no funcionamento cerebral.
    * Cereais integrais como arroz, centeio, gérmen de trigo, feijão e soja - são ricos em complexo B que por sua vez possui a vitamina colina.
    * Guaraná e cacau - Eles também podem ajudar quando usados com moderação, apenas uma colher diária basta.
    * Sardinha e salmão - Peixes ricos em ômega 3, gordura que auxilia no desenvolvimento do cérebro das crianças e que ajuda a manter a função cerebral em adultos.
    * Semente de abóbora - Ela é rica em beta sitosterol que inibe a quantidade de hormônio do estresse produzido.


Fonte: site Banco de Saúde!!

Memória pra que te quero!!!!

Você anda esquecendo as coisas? Números de telefone, nomes de pessoas e aonde colocou suas chaves? As pessoas muitas vezes associam os problemas de memória com a idade e com questões genéticas, mas nem sempre isso é verdade. A forma como as pessoas levam a sua vida, pode fazer com que o cérebro funcione melhor ou pior.
As células no corpo necessitam de um fornecimento constante de oxigênio e nutrientes para se manterem vivas e funcionar corretamente, incluindo as células cerebrais. Por isso, um coração saudável em grande medida contribui para um cérebro saudável. Para otimizar a saúde do cérebro e aguçar a memória, é importante seguir alguns cuidados. E você? Tem certeza que a maneira que você leva a sua vida faz seu memória funcionar melhor?
Alimentos para melhorar a memória
Veja algumas dicas para deixar seu cérebro “nos trinques”:
- Manter a pressão arterial e o colesterol em níveis considerados saudáveis. Um coração saudável propicia um cérebro saudável.
- Dormir o suficiente. Pesquisas apontam que privação do sono pode interferir na memória.
- Ter práticas de exercícios regulares. Ter atividade física regular pode diminuir o risco de demência e Alzheimer em cerca da metade. Mínimo de 30 minutos por dia.
- Desafie seu cérebro. Mantenha sua mente ativa e empenhe-se em coisas que precisa usar a sua “caixola”.
- Não fume. O tabagismo aumenta o risco de doenças cardíacas e também pode diminuir o fluxo sanguíneo para o cérebro, causando danos graves.
- Dê uma pausa de vez em quando. Procure formas de desestressar na sua vida.
- Não pule o café da manhã. Se você não começa o dia comendo direito, seu cérebro não vai conseguir reagir rapidamente, pois quando ele está ativo, consome calorias e precisa delas. O café da manhã é essencial para fornecer o combustível do seu cérebro após um jejum de toda a noite. Inclua fibras e uma pequena quantidade de proteínas para ajudar a ficar saciado por mais tempo.
- Tenha refeições saudáveis, com um prato bem colorido. Medidas adequadas de carboidrato, proteínas e muita fibra. Dietas muito restritas afetam a memória, a atenção e o tempo de reação. O correto é uma reeducação alimentar (de tudo, pouco), adequada para você. Nada de mais e de menos ao extremo faz bem.
- Inclua peixe em sua alimentação. O peixe possui baixo teor em gorduras saturada e fonte de ácidos graxos ômega – 3.
- Coma verduras e frutas. Eles possuem antioxidantes que são responsáveis por neutralizar e inativar os radicais livres, moléculas que podem danificar células cerebrais.
- Introduza alimentos ricos em ferro. A deficiência de ferro é uma das carências nutricionais mais comum nos EUA.  O ferro ajuda a transportar oxigênio para as células cerebrais. A falta desse nutriente pode ocasionar cansaço, irritação e atrapalhar a pensar bem. Pelo exame de sangue, é possível verificar sua taxa de ferro.
- Inclua alimentos que contenham vitamina C (limão, laranja, morango, acerola, brócolis). São essenciais para absorção do ferro e consequentemente poderá dar uma ajudinha para seu cérebro.

Fonte: Mulher Digital!!! Chiquéeerrimo!!!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Haja memória!!!

Uma pessoa que tenha conta corrente em banco, celular, cartão de crédito, provedor de internet, e-mail, acesso a um site de compras – bem, só aí essa pessoa já tem pelo menos seis senhas para decorar. Essa é uma conta que não pára de aumentar. Já há senha para entrar na academia de ginástica, pegar um filme na locadora e ler publicações no computador. As instituições financeiras, por segurança, tornam mais difícil a cada dia o acesso dos intrusos – e dos clientes, por conseqüência. A mais recente novidade  (nem tão novas assim) são as letras incorporadas às senhas bancárias, para usar em conjunto com os números. É natural que alguns códigos acabem sendo esquecidos, por desuso ou confusão. Mas especialistas em memória garantem que o cérebro pode dar conta dessa variedade – independentemente da idade.

O principal segredo é fazer associações de idéias. O método não é novidade. No século XVI, o jesuíta italiano Mateo Ricci conseguia arquivar na memória todos os seus compromissos. Ligava uma reunião com o abade – um comilão – às refeições, por exemplo. Diante da mesa do café da manhã já se lembrava do encontro. Por um princípio semelhante, há quem atribua à senha do celular a data de aniversário da pessoa para quem mais telefona. Com 100 bilhões de neurônios, o cérebro faz essas conexões sem maiores problemas. Quanto mais relevante a informação, maior o número de neurônios envolvidos. Se é maior o total de conexões, também será maior a possibilidade de recordação. Por isso se diz que o cérebro também pode ser exercitado com uma espécie de musculação intelectual para mantê-lo ágil.

O neurofisiologista Gilberto Fernando Xavier, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, garante que qualquer informação utilizada cotidianamente por mais de três anos se torna definitiva. "Basta um pequeno esforço e alguma concentração para trazê-la à tona", diz Xavier. Por isso muita gente se surpreende ao lembrar um número antigo de telefone e ao mesmo tempo não conseguir recordar o nome de alguém postado à sua frente. Disso decorre ainda o fato de que uma pessoa de 70 anos está, pelo menos fisiologicamente, mais aparelhada para lembrar todas as suas senhas que um jovem de 20. Como exercitou por mais tempo suas conexões cerebrais, o idoso tem facilidade para criar as associações, mesmo que demore para absorver as informações. Isso vale mais, é claro, para quem tenha mantido atividade intelectual ao longo da vida. Não precisa ser a leitura de tratados de filosofia. Fazer lista de compras e organizar o carrinho do supermercado também é um exercício válido.

No mundo das senhas, não há outra saída senão seguir esses conselhos. Bancos que não permitem que o cliente escolha sua senha informam considerar esse método o mais seguro para os próprios correntistas. Sistemas de computador que vivem pedindo mudança de senha, muito comum em escritórios, também foram adotados por quem acredita estar protegendo os usuários. O melhor, como aconselha a psicóloga Cândida Camargo, do serviço de neuropsicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, é usar senhas em que se possam escolher as mesmas combinações, se possível coincidindo também com as atribuídas por instituições. "Eu ficaria louca se não fizesse isso", diz Cândida, que tem um único código para os sites de publicações médicas que costuma freqüentar. Como está quase aprovada a legislação que permitirá controlar a programação de televisão, o momento é adequado para preparar a memória – esse controle também será feito por senha. 

Fonte: Veja Online


Sinapse




Video lindo que mostra a sinapse!!!!