segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Facilitando o Vestir no Alzheimer

Em fases mais avançadas da doença de Alzheimer precisamos de “facilitadores” para determinadas atividades diárias, como o vestir. Sendo assim, resolvi escrever (emprestado do site reabilitaçãocognitiva.org) algumas sugestões sobre roupas e sobre outras questões relacionadas a essa atividade diária:
- Organize as roupas em ordem
Se o cliente é capaz de se vestir, mas fica confuso com a ordem das roupas (por exemplo: coloca a cueca antes da calça), tente deixar as roupas organizadas da seguinte forma: na pilha de roupas deixe a roupa íntima por cima das demais.
- Retire do armário e  das gavetas as roupas fora de época 
o ideal é que as roupas de outras estações sejam removidas: na época de calor retire as roupas quentes, não as deixe onde o cliente tem fácil acesso e evite inadequações e desconforto por causa do vestuário.
- Coloque as roupas no cesto, quando o cliente não estiver prestando atenção
Para evitar que as roupas sujas ou que a mesma roupa seja usada por vários dias, coloque a roupa suja no cesto quando o cliente não estiver prestando atenção (claro que isso só é válido para aqueles clientes que resistem a trocar de roupa!). Certifique-se de colocar roupas e sapatos usados fora do alcance do cliente no final do dia para evitar que a roupa seja novamente vestida no outro dia.
- Segurança em primeiro lugar
Sempre que possível incentive e oriente o cliente a estar sentado em uma cadeira enquanto se veste ou despe.
- Se necessário, minimize o comando verbal e utilize o toque e o gesto para a parte do corpo ou para a peça de vestuário que ele precisa vestir.
Essa orientação é bastante útil quando o cliente fica confuso ou se está ansioso (nunca prestamos a atenção nisso, mas o vestir tem muitas etapas e exige inúmeras habilidades sensório-motoras e percepto-cognitivas ou seja pode não ser fácil!!). Um exemplo seria: segurando a meia dizer “meias” e, se ele ainda não reagir com o comportamento adequado, você pode tocar levemente o pé do cliente e repetir “meia”.
- Calças elástico da cintura
Calças de cintura elástica tendem a ser confortáveis e fazem o uso do vaso mais fácil para o cliente e cuidador.
- Usar um tamanho ligeiramente maior
É mais fácil vestir e despir uma roupa é  que um pouco frouxa.
- Velcro Sapatos
Tentar colocar velcro nos sapatos para facilitar o colocar e o tirar os sapatos.

FONTE: maravilhoso site do reabilitacaocognitiva.org!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Alzheimer, pelo paciente

Arthur Rivin - O Estado de S.Paulo de 03/02/2010

Sou médico aposentado e professor de medicina. E tenho Alzheimer. Antes do meu diagnóstico, estava familiarizado com a doença, tratando pacientes com Alzheimer durante anos. Mas demorei para suspeitar da minha própria aflição.
Hoje, sabendo que tenho a doença, consegui determinar quando ela começou, há 10 anos, quando estava com 76. Eu presidia um programa mensal de palestras sobre ética médica e conhecia a maior parte dos oradores. Mas, de repente, precisei recorrer ao material que já estava preparado para fazer as apresentações. Comecei então a esquecer nomes, mas nunca as fisionomias. Esses lapsos são comuns em pessoas idosas, de modo que não me preocupei.
Nos anos seguintes, submeti-me a uma cirurgia das coronárias e mais tarde tive dois pequenos derrames cerebrais. Meu neurologista atribuiu os meus problemas a esses derrames, mas minha mente continuou a deteriorar. O golpe final foi há um ano, quando estava recebendo uma menção honrosa no hospital onde trabalhava. Levantei-me para agradecer e não consegui dizer uma palavra sequer.
Minha mulher insistiu para eu consultar um médico. Meu clínico-geral realizou uma série de testes de memória em seu consultório e pediu depois uma tomografia PET, que diagnostica a doença com 95% de precisão. Comecei a ser medicado com Aricept, que tem muitos efeitos colaterais. Eu me ressenti de dois deles: diarreia e perda de apetite. Meu médico insistiu para eu continuar. Os efeitos colaterais desapareceram e comecei a tomar mais um medicamento, Namenda. Esses remédios, em muitos pacientes, não surtem nenhum efeito. Fui um dos raros felizardos.
Em dois meses, senti-me muito melhor e hoje quase voltei ao normal. Demoramos muito tempo para compreender essa doença desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido.
Hoje sabemos que esse material é o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Hoje, há alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células.
No entanto, as placas de amiloide podem ser detectadas apenas numa autópsia, de modo que são associadas apenas com pessoas que desenvolveram plenamente a doença. Não sabemos se esses são os primeiros indicadores biológicos da doença.
Mas há muitas coisas que aprendemos. A partir da minha melhora, passei a fazer uma lista de insights que gostaria de compartilhar com outras pessoas que enfrentam problemas de memória: tenha sempre consigo um caderninho de notas e escreva o que deseja lembrar mais tarde.
Quando não conseguir lembrar de um nome, peça para que a pessoa o repita e então escreva. Leia livros. Faça caminhadas. Dedique-se ao desenho e à pintura.
Pratique jardinagem. Faça quebra-cabeças e jogos. Experimente coisas novas. Organize o seu dia. Adote uma dieta saudável, que inclua peixe duas vezes por semana, frutas e legumes e vegetais, ácidos graxos ômega 3.
Não se afaste dos amigos e da sua família. É um conselho que aprendi a duras penas. Temendo que as pessoas se apiedassem de mim, procurei manter a minha doença em segredo e isso significou me afastar das pessoas que eu amava. Mas agora me sinto gratificado ao ver como as pessoas são tolerantes e como desejam ajudar.
A doença afeta 1 a cada 8 pessoas com mais de 65 anos e quase a metade dos que têm mais de 85. A previsão é de que o número de pessoas com Alzheimer nos EUA dobre até 2030.
Sei que, como qualquer outro ser humano, um dia vou morrer. Assim, certifiquei- me dos documentos que necessitava examinar e assinar enquanto ainda estou capaz e desperto, coisas como deixar recomendações por escrito ou uma ordem para desligar os aparelhos quando não houver chance de recuperação. Procurei assegurar que aqueles que amo saibam dos meus desejos. Quando não souber mais quem sou, não reconhecer mais as pessoas ou estiver incapacitado, sem nenhuma chance de melhora, quero apenas consolo e cuidados paliativos.
ARTHUR RIVIN FOI CLÍNICO-GERAL E É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA

Cérebro em forma!!!

De acordo com o livro Deixe seu Cérebro em Forma (Corine Gediman e Francis Crinella), os melhores exercícios para a boa forma e a saúde do cérebro incluem os seguintes critérios:

1. Forçam você a pensar enquanto os pratica: montar aeromodelos; responder a perguntas de programas de televisão; criar receitas; fazer palavras cruzadas ou montar quebra-cabeças.

2. Desafiam você a fazer coisas rotineiras de um modo diferente: esclher um novo caminho na volta do trabalho pra casa; escovar os dentes om a outra mão; comer com pauzinhos.

3. Incluem níveis progressivos de um novo aprendizado: aprender uma nova língua; adotar um novo passatempo; aprender a usar programas diferentes de computador; aprender ou reaprender a tocar um instrumento musical.

4. Exigem novos modos de pensar: criar um poema rimado; construir uma escultura de areia; pintar um quadro; escrever suas memórias; ler um novo gênero de livro.

5. Envolvem desafio cinestésico: tênis, pingue-pongue, atividades na piscina; andar de bicicleta; criar arte com pintura, poesia ou marcenaria; dança de salão.

6. São socialmente interativos: jogar baralho; participar de debates; realizar trabalhos voluntários; frequentar aulas numa faculdade da comunidade; assistir a uma peça teatral ou a uma palestra com amigos.

7. Incluem exercícios aerôbicos, que bombeiam sangue e importantes nutrientes para o cérebro: andar rápido; caminhar ou correr numa esteira; nadar;praticar ginástica; fazer polichinelos.

Fonte: reabilitacaocognitiva.com.br

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Reserva Cognitiva

Diz a lenda que só usamos 10% do cérebro.
Isto não é verdade: usamos o cérebro todo, o tempo todo – de maneiras diferentes.
Considerar que só 10% são usados poderia levar a pensar que os outros 90% servem de reserva em caso de necessidade (por exemplo, após lesões cerebrais) - o que naturalmente não pode ser verdade, já que cada parte do cérebro tem sua função.
Acredita-se, contudo, que existe uma outra forma de reserva (cognitiva) funcional no cérebro: na forma de conexões sinápticas ricas entre os vários sistemas e suas partes, que representam caminhos alternativos para o processamento de informação, sobretudo em casos de necessidade.
Como conexões sinápticas são mantidas e modeladas dependendo do seu uso, a consequência é que um cérebro usado bastante, e de maneiras bastante variadas, terá uma maior riqueza de boas conexões disponíveis para uso alternativo.
Esses cérebros, portanto, devem ser mais resistentes aos danos decorrentes do envelhecimento, ou de doenças.
De fato, o maior fator de proteção contra a demência senil e a demência neurodegenerativa é simplesmente a educação formal: quanto mais tempo se passa na escola, menor se torna a probabilidade de um dia ter sinais da doença de Alzheimer, por exemplo.
Um dos ganhos com a educação formal, que pode ser considerada um longo período de aprendizado intenso e sistematizado, é provavelmente a formação de uma extensa rede de conexões, muitas das quais talvez redundantes, que formam uma reserva mental, podendo ser recrutadas alternativamente em caso de necessidade.
Isso explicaria, por exemplo, por que algumas pessoas permanecem em forma e pensando com clareza ao longo de toda sua vida enquanto outras pessoas não.
Essas reservas mentais, contudo, precisam, podem, e devem ser mantidas ao longo da vida, já que as sinapses têm o poder de serem desfeitas, refeitas e fortalecidas o tempo todo de acordo com o uso ou a falta dele.
Por isso, nunca é tarde para investir em formar reservas cerebrais; e se você teve um bom começo na vida, investir na manutenção das suas reesrvas, e até aumentá-las, é uma boa ideia.

The Bronx Aging Study, publicado no New England Journal of Medicine e liderado pelo Dr. Joe Verghese, um neurologista, acompanhou quase 500 pessoas por mais de20 anos, observando o que elas realmente fazem em seu cotidiano e qual é a relação entre tais escolhas e a saúde do cérebro. A pesquisa mostrou que as pessoas que participavam pelo menos quatro vezes por semana de atividades mentais estimulantes, como jogos interativos e dança, tinham uma probabilidade de 65 a 75% maior de permanecerem em boa forma do que aqueles que não realizavam essas atividades. O Dr. David Bennett, no Rush University Medical Center, chegou recentemente a uma conclusão parecida, depois de seguir mais de 2000 pessoas durante vários anos. Ao longo do tempo do estudo, 134 pessoas do grupo morreram. Nenhuma delas tinha sido diagnosticada com Alzheimer ou teve sequer um leve declínio cognitivo. Mas 36% apresentavam no cérebro os emaranhados de fibras e as placas características de Alzheimer – apenas não tinham sintomas! Essas pessoas aparentemente tinham acumulado reservas cerebrais suficientes para não mostrar sinais clínicos da doença, o que significa que mantinham boas habilidades de pensar apesar do Alzheimer já instalado.
fonte: cerebromelhor.com.br

Habilidade Cognitiva é mais importante do que idade!!

Um estudo recente publicado por Scott Huettel, Ph.D., professor de psicologia e neurociência e diretor do Centro Duke para Estudos Neuroeconômicos, tenta ajudar a desfazer o mito de que simplesmente a idade nos torna inferior na tomada de decisões financeiras, quando comparados aos mais jovens. Esse estudo foi publicado no início de junho na revista Psychology and Aging e, nele, o Dr. Huettel faz uma argumentação convincente de que é a falta de reserva cognitiva, e não simplesmente a idade do cérebro, que contribui para o declínio das habilidades de tomada de decisão financeiras.

Em termos leigos, o que isso significa é que só porque seu pai fez 80 anos, você não deveria presumir que ele seja incapaz de cuidar de seus próprios negócios. A nova pesquisa do Dr. Huettel sugere que pode ser que seu pai seja na realidade melhor do que você quando se trata de tomar decisões financeiras prudentes.

“Não é a idade, e sim a cognição que faz a diferença na tomada de decisão”, diz o Dr. Huettel. E completa, “Quando nós consideramos as habilidades cognitivas, como memória e velocidade de processamento, a idade não ajudou em nada a prever se um indivíduo faria as melhores decisões econômicas nas tarefas que designamos.”

Nesse estudo, o Dr. Huettel e sua equipe testaram as habilidades cognitivas de 54 adultos com idades entre 66 e 76 anos e a mesma quantia de pessoas com idades entre 18 e 35 anos. Todos foram designados uma variedade de tarefas financeiras que tinham níveis variados de risco. Usando análises de trilha, eles descobriram que os efeitos relacionados à idade somente estavam correlacionados a diferenças individuais na velocidade de processamento e memória, mas que a habilidade cognitiva, e não a idade, é um preditor muito mais útil para a qualidade da decisão. Com base nessas descobertas, o Dr. Huettel afirmou que “O estereótipo de que todos os adultos mais velhos se tornam mais avessos ao risco é simplesmente errado.”

Essas novas descobertas lançam mais luz na importância da reserva cognitiva e de manter nossos cérebros saudáveis em qualquer idade. À medida que envelhecemos, aumenta nosso risco de declínio cognitivo. Velocidade de processamento e memória vão naturalmente diminuir na maioria de nós. Entretanto, esse estudo oferece mais evidência de que se nós mantermos nossos cérebros saudáveis, nós na realidade continuamos a melhorar muitas das nossas mais importantes habilidades cognitivas, mesmo na terceira idade.

FONTE: site cerebromelhor.com.br

APRENDIZAGEM!!!

Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. É um processo contínuo, que sofre alterações na velocidade e na qualidade do que é aprendido conforme a idade e nível de desenvolvimento, isso acontece porque o sistema nervoso - órgão responsável pela aprendizagem - termina seu amadurecimento apenas no fim da adolescência e sofre contínuas alterações pelo ambiente por toda a vida.
Com o passar do tempo, a criança demonstra de maneira mais evidente o que aprende.
Durante o processo de aprendizagem e desenvolvimento a criança opera sobre todos os dados recebidos do ambiente e atribui significados a eles - tanto pessoais, quanto da cultura em que está inserida. A aprendizagem, não é um processo limitado à atenção e ao esforço, depende também de estímulos ambientais, de características orgânicas e motivacionais de cada pessoa.
O aprender amplia-se com o passar do tempo juntamente com o aumento da capacidade de abstração da criança e com o transcorrer da idade.
A aprendizagem é muito mais do que memorizar e copiar os estímulos recebidos. É um processo ativo englobando outras atividades, como:
1) Organizar a nova informação;
2) Comparar e integrar com o que já se conhece;
3) Guardar na memória;
4) Lembrar sempre que necessário.
Lembre-se: O bom aprendiz não é alguém com uma memória privilegiada ou um bom copista, mas alguém que consegue manipular a informação de maneira inteligente e flexível.

i) OS PRIMEIROS ANOS
Nos primeiros anos de vida, aprendizagem e desenvolvimento se confundem, isso acontece porque o sistema nervoso da criança - imaturo ao nascer- prossegue evoluindo por toda a infância e adolescência, isso se reflete sobre seus comportamentos e sua maneira de compreender o mundo.
A capacidade que a criança de compreender o mundo que a rodeia é um reflexo da interação do meio - que a estimula - e de processos neurológicos que ocorrem durante o crescimento. Assim, a criança aprende coisas sobre si mesma e sobre o ambiente à medida que informações novas chegam e apresentam "problemas" para que ela resolva, estimulando assim sua inteligência e amadurecimento.
Lembre-se: A criança aprende porque o meio provê estímulos para ela e porque suas estruturas cerebrais permitem. Portanto é importante estimular, mas sem esquecer de respeitar o tempo dela.

Normalmente antes de entrar na escola, a criança já é capaz de:
1) Nomear coisas
2) Diferenciar classes de animais e objetos
3) O que é certo e errado em casa e no seu grupo de amigos
4) Leis físicas como gravidade, calor e movimento
5) Antecipar algumas reações das outras pessoas e elaborar uma teoria sobre como elas
estão se sentindo ou pensando.
6) Encontrar modos de conseguir o que quer.

Você pode ajudar nesse processo através de brincadeiras. Durante a infância a criança aprende brincando, literalmente. Respeitar esse direito é fundamental para que seu filho se desenvolva afetiva e cognitivamente. Os momentos de intimidade entre pais e filhos são fundamentais para os dois, estes podem ocorrer de maneira prazerosa em torno de um jogo ou de uma brincadeira.

Mas em um mundo tão cheio de propagandas voltadas para as crianças, quais são os brinquedos mais adequados para as elas?
Certamente os brinquedos não precisam ser caros ou sofisticados, os brinquedos mais adequados para promover a aprendizagem são justamente aqueles simples e que são utilizados há muitas gerações.
De acordo com a idade os brinquedos devem trabalhar:

4 a 7 anos: motricidade, os limites das artes gráficas, diferenças sexuais, sociabilidade. Tipos de brinquedos: construtivos, agressivos e optativos.
7 a 9 anos: sexualidade, sociabilidade, limites. Tipos de brinquedos: construtivos e principalmente optativos.
9 a 11 anos: sexualidade (identificação), formação de grupos sociais. Tipos de brinquedos: jogos

De acordo com o tipo podemos classificar:
-dramáticos: bonecos (bebês, adultos, velhos), famílias (pano e plástico), copos, pratos, panelinhas, sucatas, caminhões, carrinhos, aviões, motos, etc - animais (selvagens e domésticos)
-regressivos: massa modelar, tintas, balde, água, areia, barro
-construtivos: jogos, formas e blocos, papel (branco e colorido), canetas, lápis, canetinhas, lápis de cor, pincéis e tintas, tesoura, barbante, cola, palitos,tampinhas,plásticos e panos,montagens
-agressivos: revólver, espada, bola (pequena, média, grande), arco e flecha
-optativos: jogos, fio e agulha, vela e fósforo

ii) NA ESCOLA
Lembre-se: Cada criança é um indivíduo único e tem seu próprio tempo para aprender cada coisa, nem todas as crianças entram na escola sabendo as mesmas coisas!
Ir a escola pela primeira ver, ou mesmo retornar de férias à escola, pode trazer uma situação muito delicada e barulhenta. A criança pode começar a chorar, gritar e se desesperar e esse comportamento pode gerar muita angústia e sofrimento aos pais.
A criança tem essa reação porque ainda não consegue fazer uma projeção do tempo e por isso não entende que ficará apenas algumas horas ali e logo poderá ver seus pais. Na hora da separação acaba se comportando como se fosse uma despedida definitiva. Assim, os pais devem estar bem seguros sobre o momento de colocar seu filho na escola e que a escola escolhida cuidará bem da criança, mesmo que ela esteja chorando e não tenha vontade de ficar lá.
Mesmo que a criança tenha dado um pouco de trabalho para ir a escola, os pais devem demonstrar carinho e afeto, não brigar e exigir que a criança goste rapidamente de ir a escola. A educação familiar é fundamental, pois são os pais que ensinarão ao filho humano os valores culturais e morais, por isso devem sempre que possível mostrar o quanto é importante aprender e desenvolver o gosto pelo conhecimento. Também quando a vida escolar se inicia a convivência entre pais e filhos pode ser usufruída. Pergunte ao seu filho como foi o dia na escola, o que ele aprendeu de novo, demonstre interesse na vida escolar da criança isso ajudará para que ela aprenda a importância de ir à escola e de se dedicar aos estudos.
Escolher a escola não é uma tarefa fácil. A melhor escola é aquela que está em sintonia com os valores e hábitos dos pais. Dessa maneira o diálogo entre pais e escola também é facilitado.
Depois de passar pela escolha da escola, o primeiro dia de aula os pais ainda devem continuar seu trabalho como educadores. Acompanhar a vida escolar de seu filho não é apenas um direito, é um dever já que a criança raramente irá fazer as tarefas de casa por conta própria, mas não faça o dever pelo seu filho. Valorize as conquistas do seu filho, faça elogios quando ele for bem em provas, receber um elogio da professora. É sempre mais importante dar atenção antes de mimos!
Os filhos imitam os costumes dos pais, o melhor ensinamento vem do exemplo. Assim, evite mentiras, gritos e ou dar recompensas arbitrárias seu filho para fazer tarefas e estudar. Paciência é uma das maiores virtudes de um bom educador, ser pai realmente não é tarefa fácil, mas tenha paciência quando seu filho não quiser fazer o dever de casa.
Outra coisa que deve ser lembrada: irmãos são diferentes, por isso evite estereótipos e comparações. Faça elogios e valorize o que cada criança tem de melhor. Elogias e valorizar não significa ser amigo de seus filhos, quando eles fizerem algo de errado exerça sua autoridade, isso não significa bater ou ser muito violento, mas sim impor limites à criança. Nunca sobreponha amizade à responsabilidade e autoridade, você deve ser pai (ou mãe) de seu filho e não um amigo que permite tudo.
O mercado de trabalho tem se tornado competitivo e por isso os pais acham que colocando seus filhos em vários cursos como: inglês, natação e outras atividades, estarão preparando melhor a criança para o futuro. Cuidado! Excesso de atividades pode acabar reduzindo o desempenho. Mesmo depois da primeira infância a brincadeira com os amigos e com os pais é uma forma de aprendizado importante para a criança

iii) PROBLEMAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O problema de aprendizagem é uma perturbação ou falha na aquisição e utilização de informações ou na habilidade para solução de problemas. Geralmente, essas dificuldades tornam-se mais aparentes quando a criança entra na escola, pois os conteúdos ficam mais complexos, além disso, em um grupo maior de crianças é possível fazer comparações entre a mesma faixa etária e perceber se alguma apresenta dificuldades que as demais do grupo não possuem.
Para que a criança aprenda devem estar presentes condições para que isso ocorra de maneira satisfatória. Podemos dividir essas condições em três grupos:

1) Funções psicodinâmicas: deve haver integridade psíquica eemocional para que a criança aprenda. Criança sob forte stress em casa ou na escola pode apresentar dificuldade de assimilar o que lhe é ensinado.
2) Funções do sistema nervoso periférico: Uma criança com problemas de visão ou audição recebe menos informações ambientais. Se ela não for atendida em suas necessidades pode não aprender adequadamente os conteúdos apresentados na escola ou mesmo fora dela.
3) Funções do sistema nervoso central: O cérebro é o responsável pelo armazenamento, elaboração e processamento da informação. Uma pequena parcela das dificuldades de aprendizagem pode ser resultante de problemas nos processos cerebrais, o que exige investigação cuidadosa de um profissional.

As dificuldades no aprender podem, portanto, ser causadas pela ausência de uma das condições mencionadas acima. Eventualmente o problema em um nível pode trazer problemas em outro nível. Por exemplo: uma criança que enxerga mal e não usa óculos (grupo 1) pode ter seu desempenho prejudicado e se sentir excluída no ambiente escolar (grupo 2).

TIPOS DE PROBLEMAS:
a) Leitura
Os problemas específicos de aprendizagem mais comuns são os distúrbios de leitura - dislexia -, pois envolvem uma série de processos cognitivos. Para ler um texto escrito precisamos:
1) Ter atenção dirigida e controlar os movimentos dos olhos pela página
2) Reconhecer os sons associados com as letras
3) Entender as palavras e a gramática
4) Construir idéias e imagens
5) Comparar as idéias novas com as que você já tem
6) Armazenar idéias na memória.

Você pode detectar algum dos sinais de dislexia em casa, observando, por exemplo, se o seu filho apresenta:
1) Atraso na leitura de dois ou mais anos com relação às crianças da mesma idade
2) Velocidade na leitura é inferior a 50/60 palavras por minuto.
3) Erros freqüentes na leitura (omissões, substituições, inversões de fonemas - vogais e consoantes sonoras)
4) Não diferencia adequadamente os lados direito e esquerdo
5) Ver outros sinais considerados importantes
 Escrita: habilidade escrita abaixo do nível esperado - disgrafia - para idade, inteligência e escolaridade.
Cálculo: dificuldade nos procedimentos de cálculos iniciais - discalculia -, envolvendo estratégias de contagem para resolução de problemas aritméticos de adição e subtração.

Se a criança apresenta alguma dificuldade de aprendizagem ela deve ser examinada por um profissional - psiquiatra infantil, psicólogo, psicopedagogo - que fará uma avaliação do problema e o encaminhamento adequado.
Durante essa avaliação, o profissional irá realizar uma série de investigações em vários níveis:
1) Avaliação psicopedagógica: Observa-se a escola e o método pedagógico avaliando se é adequado e se não existem fatores emocionais e motivacionais dificultando a aprendizagem.
2) Avaliação neuropsicológica: são investigadas as funções de atenção, memória, habilidades motoras, linguagem, leitura, escrita, aritmética, percepções visuais, auditivas e sinestésicas, função intelectual e aspectos emocionais.
3) Testes psicológicos.
Lembre-se: O acompanhamento atento e cuidadoso dos pais é sempre o melhor meio de detectar precocemente dificuldades escolares.
 
Referências:
Pereira, E. P. Projeto Brinquedoteca na Universidade Federal do Paraná: Relato da Experiência disponível em < http://www.eci.ufmg.br/gebe/downloads/114.pdf>
Ciasca, S. M. (org.) Distúrbios de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Multidisciplinar, Casa do Psicólogo, 2003
AUTORAS: Melanie Mendoza e Carolina R. Padovani - SITE: psiquiatriainfantil.com.br