domingo, 28 de novembro de 2010

A MENTE APAGA REGISTROS DUPLICADOS

Por Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal O Estado de São Paulo)
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perdera noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos,ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição deeventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado.
Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processarconscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive umaexperiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos paracompreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmentecolocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque pareceque o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado,nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos,lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lêcom os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabequal marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).
Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para amente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga aexperiência repetida.
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas,pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações,-.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo echeio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...
ROTINA
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioriadas pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acabasendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ouregistros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tireférias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, efrio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas deaniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciandoo dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes demomentos usuais.
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visiteparentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor docabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiênciasdiferentes.
Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, vejaoutras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. !!!
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,emoção, rituais e vida.
E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di fE rEn tEs !
CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...
V I V A !!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tomar sol ajuda proteger os neurônios

Dermatologistas costumam alertar: para expor a pele aos raios solares é preciso aplicar protetor, o que evita câncer e envelhecimento precoce. Mas fugir do sol também traz consequências graves para o cérebro. Pesquisadores descobriram que a ausência de vitamina D no organismo pode comprometer funções cognitivas. Embora seja mais conhecida por promover saúde dos ossos e regular os níveis de cálcio, a vitamina desativa enzimas cerebrais que participam da síntese de neurotransmissores e do crescimento neuronal. Com essas descobertas, pesquisadores esperam que no futuro a vitamina ajude no tratamento de pacientes com Alzheimer.

“Sabemos que há receptores de vitamina D espalhados por todo o sistema nervoso central e hipocampo. Além disso, ela ativa e desativa as enzimas no cérebro e no fluido cerebrospinal envolvidas na síntese de neurotransmissores e no crescimento dos nervos”, explicou o pesquisador Robert J. Przybelski, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin. Os estudos em animais e em laboratório sugerem que a substância pode proteger os neurônios e reduzir a inflamação.


Dois novos experimentos revelam mais novidades sobre o assunto. O primeiro, conduzido pelo neurocientista David Llewellyn, da Universidade de Cambridge, avaliou o índice da presença da vitamina em mais de 1.700 ingleses com mais de 65 anos. Os voluntários foram divididos em quatro grupos de acordo com os índices da substância encontrados no sangue: profundamente deficiente, deficiente, insuficiente e excelente; em seguida, foram testados quanto à função cognitiva. Os cientistas descobriram que, quanto mais baixos os níveis, maior o impacto negativo no desempenho na bateria de testes mentais. Se comparados a pessoas do grupo excelente, os que apresentavam valores mais baixos corriam mais risco de ter alguma deficiência mental.

O segundo estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, concentrou-se nos níveis de vitamina D e no desempenho cognitivo de mais de 3.100 voluntários entre 40 e 79 anos em oito países europeus. As informações mostram que os participantes com níveis mais baixos demoraram mais tempo para processar informações. Essa correlação foi particularmente expressiva entre os homens com mais de 60 anos.

“O fato de essa relação ter sido estabelecida em larga escala e em um estudo com seres humanos é muito importante, mas ainda há muito a ser estudado. Embora saibamos que o baixo grau da vitamina está associado ao comprometimento mental, não descobrimos se os altos reduziram a perda cognitiva”, salienta Przybelski.

Pelo fato de o comprometimento cognitivo ser, em geral, precursor da demência e do Alzheimer, a vitamina D é tema em constante discussão entre os cientistas que tentam responder a essas questões. Przybelski, por exemplo, planeja um estudo sobre isso para verificar se afetará a incidência de Alzheimer em longo prazo. Então, quanto de vitamina D é suficiente? Alguns especialistas dizem que de 15 a 30 minutos de exposição ao sol, de duas a três vezes por semana, seria o ideal para adultos saudáveis. É importante lembrar que fatores como a cor da pele, o local de residência e a área exposta ao sol afetarão o volume de vitamina D produzido por cada um.
fonte: mente e cerebro!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Casal importa método de reabilitação para pessoas com lesão na medula

Em 2003, aos 17 anos, Fernanda Fontenele sofreu um acidente de carro que a deixou tetraplégica. Felipe Costa foi diagnosticado paraplégico em 2008, aos 20 anos, depois que capotou seu automóvel. Decidido a voltar a andar, ele procurou diversos tratamentos até conhecer o Project Walk, um centro de reabilitação avançada na Califórnia, Estados Unidos. Lá, Felipe viu pacientes com lesões medulares voltarem a andar e se tornou o primeiro brasileiro a fazer o tratamento na instituição, assim como uma fonte de informações para compatriotas que vivem a mesma situação.

Felipe conheceu Fernanda por meio dos vídeos que ela colocou na internet no intuito de conseguir dinheiro para viajar e fazer o tratamento. “Os vídeos me comoveram bastante porque as nossas histórias eram parecidas. Começamos a trocar e-mails e eu mandava informações sobre moradia e coisas que poderiam ajudá-la na Califórnia”, conta. Fernanda convocou os amigos, organizou uma campanha e conseguiu o valor necessário. “Quando ela chegou aos EUA, parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Tínhamos muitos sonhos e gostos em comum”, diz ele. 
s dois passaram cerca de um ano nos EUA. Fernanda já recuperou 100% dos movimentos dos braços e um parte dos movimentos das pernas e Felipe já consegue se sustentar em pé. “Foi muito importante termos passado pelo tratamento juntos. A cada movimento novo que eu consegui fazer, mostrava para ela e vice-versa”, conta Felipe. De volta ao Brasil, eles ficaram noivos e agora pretendem terminar o tratamento em um centro que os dois irão inaugurar no dia 16 de novembro em São Paulo. Batizado Centro de Recuperação de Lesão Medular AcreditANDO, a instituição é baseada no Método Dardzinski, desenvolvido no instituto Project Walk, que foi criado há cerca de dez anos, com o objetivo de fazer com que pacientes com lesão medular possam voltar a andar.

O centro será o único da América Latina a utilizar o método e terá capacidade para atender até 15 pessoas ao mesmo tempo. Segundo Fernanda, o método é aplicado em cinco fases, sendo as primeiras dedicadas ao estímulo para criação de massa muscular. “As duas últimas fases são para pessoas que têm o movimento, mas não têm a coordenação para voltar a andar”, diz. “Os exercícios são repetitivos e o clima é de academia.” A área de cerca de mil metros quadrados tem todos os equipamentos importados e duas instrutoras que passaram pelo treinamento na Califórnia. “Já tivemos mais de 100 inscrições”, conta Fernanda. Uma hora de tratamento deve custar entre R$ 100 e R$ 150, sendo que o indicado são três horas da fisioterapia diariamente. No futuro, a instituição deve oferecer também hidroterapia. Já o casamento de Fernanda e Felipe tem data definida: sai no ano que vem.

A partir do dia 16 de novembro. De segunda à sexta, das 9h às 19h. Centro de Recuperação de Lesão Medular AcreditANDO: Rua Alvarenga, 1.700, Butantã, São Paulo, tel.: 2389-6522 - site: www.acreditando.com.br
 
fonte: portal G1

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Neurônios afiados!!!

Não é fácil memorizar os detalhes de uma reunião após uma jornada de mais de dez horas de trabalho. Ainda mais quando se participa de três ou mais reuniões em um único dia. Esse tem sido o desafio da analista financeira Katia Kimiyo, de 35 anos. Ela registra as demandas em um caderno de anotações e até grifa o que é mais importante. Mas no fim do dia muita coisa importante escapa da memória. “Meu desejo é reter o essencial”, diz Katia. Há três meses, ela passou a se dedicar a um treinamento cerebral com jogos on-line que prometem lapidar a memória. “Estou mais atenta e já percebo mudanças positivas no trabalho”, afirma.
Os novos jogos eletrônicos de “ginástica cerebral” são tão específicos quanto os aparelhos de uma academia de ginástica: alguns servem apenas para aquecer os neurônios, outros para ativar áreas específicas do cérebro que trabalham com memória, atenção, linguagem e a visão espacial. O cérebro funciona como um músculo, dizem os neurocientistas. Tende a ficar mais forte à medida que é usado.
E formas de usá-lo não faltam. Há pelo menos 40 novos jogos “cerebrais” lançados neste ano. Todos eles, sem exceção, dizem ser montados com base nas últimas descobertas da neurociência. “São mais dinâmicos e eficientes que seus primos mais velhos, da década passada”, diz Richard Grane, neurocientista de Harvard que trabalha em parceria com programadores eletrônicos. “Agora eles têm embasamento científico e o aval dos principais centros de estudo de neurociência.”
A promessa dos jogos é atraente: ao exercitar os neurônios, o sujeito cria uma espécie de reserva cognitiva, o que torna novas áreas do cérebro aptas a executar tarefas antes restritas a poucas regiões. Uma boa reserva cognitiva permite chegar aos 40 anos melhor do que se passou pelos 30 – e atravessar os 60 sem trocar o nome dos parentes. “As pessoas desejam ter com o cérebro os mesmos cuidados que aprenderam a ter com o corpo”, diz a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A maior preocupação com o bom desempenho do cérebro, segundo ela, acontece porque se vive mais do que antes e as pessoas têm mais expectativas em relação à terceira idade.

Os primeiros jogos on-line em português surgiram neste ano, no site Cérebro Melhor. São versões de games da empresa francesa Happy Neuron. Seus jogos permitem montar treinos personalizados e até comparar seu desempenho ao de pessoas de outros países, de mesmo sexo, idade e escolaridade. Há jogos gratuitos on-line e conteúdo pago com uma mensalidade de R$ 18,90. Até os consoles DS e Wii têm games de exercício cerebral. Não são tão eficientes quanto os demais, mas são bem divertidos.
Será que precisamos recorrer a jogos eletrônicos para manter o cérebro saudável? Não, dizem os cientistas. “Basta ter uma vida ativa intelectualmente”, diz Paulo Caramelli, neurologista da Universidade Federal de Minas Gerais. Mas nem sempre isso é possível. O matemático capixaba Marcos Cesar Gomes, professor de ensino médio, diz que “esfola” seus neurônios seis horas por dia com equações de alta complexidade. “Sou bom em raciocínio lógico, mas péssimo com a linguagem”, diz. Gomes adotou o programa importado Brain Age para melhorar a fluência verbal. Diz estar progredindo.
Os especialistas dizem que jogos que melhoram o desempenho cerebral conseguem retardar os sintomas de doenças degenerativas, como o Alzheimer, embora não impeçam seu surgimento.
 fonte: Revista Época
OBS: o Serviço de Neuropsicologia Aplicada oferece os jogos do CÉREBRO MELHOR durante as sessões de reabilitação neuropsicológica!!! Se quiser saber mais, comunique-se com nós!!!
abçs!!!

sábado, 6 de novembro de 2010

Ingestão de produtos lácteos e funcionamento cognitivo

A dieta é um fator modificável que pode ser alvo de uma intervenção adequada para otimizar a saúde cognitiva e o bem-estar na velhice. Um artigo pubicado na Dementia ans Geriatric Cognitive Disorders traz uma revisão sistemática que considera as evidências atuais da associação entre a ingestão de produtos lácteos e funcionamento cognitivo. As bases de dados Medline, Embase, Web of Science, CINAHL e PsychInfo foram utilizadas para identificar artigos que relatam a associação entre o consumo de produtos lácteos e resultados cognitivos. Três estudos transversais e cinco prospectivos foram identificados. Dentre os resultados, os autores identificaram que um menor consumo de leite ou produtos lácteos está relacionado a uma piora da função cognitiva e um aumento o risco para a demência vascular . No entanto, o consumo de produtos lácteos com determinado teor de gordura pode ser associado com o declínio cognitivo em idosos. O artigo identificou que as limitações metodológicas dos estudos pesquisados não permitiram tirar conclusões quanto ao consumo de leite relacionado com o desempenho cognitivo. Ensaios clínicos randomizados são necessários para confirmar a relação entre a ingestão de produtos lácteos e cognição.

Terapia precoce pode ajudar a prevenir autismo

fonte: Site UOL (Ciencia e Saúde)
Três anos se passaram desde que Diego recebeu o diagnóstico de autismo, aos 2 anos de idade. Desde então, sua mãe Carmen Aguilar já fez incontáveis contribuições para as pesquisas sobre a síndrome.
Ela doou todos os tipos de amostras biológicas e concordou em manter um diário de tudo o que come, inala ou esfrega na pele. Uma equipe de pesquisadores presenciou o nascimento de seu segundo filho, Emilio. A placenta, algumas amostras de tecido da mãe e as primeiras fezes do bebê foram colocados em um recipiente e entregues para serem analisados.
Atualmente, a família participa de outro estudo: uma iniciativa de vários cientistas norte-americanos que buscam identificar sinais de autismo em crianças a partir dos 6 meses (até hoje, a síndrome não pode ser diagnosticada de forma confiável antes dos 2 anos de idade). No Instituto MIND , no Davis Medical Center da Universidade da Califórnia, os cientistas estão observando bebês como Emilio em um esforço pioneiro para determinar se eles podem se beneficiar de tratamentos específicos.
Assim, quando Emilio mostrou sinais de risco de autismo na sua avaliação de 6 meses – não fazia contato visual, não sorria para as pessoas, não balbuciava, mostrava interesse incomum por objetos – seus pais aceitaram de imediato o convite para que ele participasse de um programa de tratamento chamado “Infant Start”.
O tratamento consiste de uma terapia diária, chamada “Early Start Denver Model” (ESDM), baseada em jogos e brincadeiras. Testes aleatórios têm demonstrado que a técnica melhora significativamente o QI, a linguagem e a sociabilidade em crianças com autismo. Além disso, os pesquisadores dizem que quanto antes tiver início o tratamento, maior será potencial de sucesso.
"No fundo, o que podemos fazer é evitar que uma certa proporção de autismo ocorra," explica David Mandell, diretor adjunto do Centro de Pesquisas de Autismo do Hospital Pediátrico da Filadélfia. "Eu não estou dizendo que estas crianças estão sendo curadas, mas podemos estar alterando suas trajetórias de desenvolvimento ao intervir precocemente, para que elas nunca sigam o caminho que leve à síndrome. É impossível conseguir isso se ficarmos esperando o completo surgimento da doença."
Sally Rogers, a cientista do Instituto MIND que acompanha a família Aguilar, conta que já enfrentou muitos desafios na adaptação da terapia de crianças de mais de um ano para os bebês.
Mesmo os bebês com desenvolvimento normal para a idade ainda não podem falar ou gesticular, muito menos fingir. Em vez disso, Rogers pede que os pais prestem atenção no balbuciar e nas interações sociais simples que ocorrem durante as rotinas normais de alimentar, vestir, dar banho e trocar o bebê.
Durante a primeira sessão com Emilio, de 7 meses, Sally demonstrou aos pais Carmen e Saul jogos de esconde-esconde, cócegas e outras brincadeiras de interação com pessoas. Ela falou sobre as 12 semanas seguintes e como eles fariam para que Emilio trocasse sorrisos, atendesse pelo nome e balbuciasse, começando com uma única sílaba ("ma"), depois passando para duas ("gaga") e mais adiante para combinações mais complexas ("maga").
"A maioria dos bebês vem ao mundo com uma espécie de ímã embutido que atrai as pessoas", explica Sally. "Uma coisa que sabemos sobre o autismo é que ele enfraquece esse ímã. Não é que não se interessem, mas eles têm um pouco menos de atração pelas pessoas. Então, como podemos aumentar nosso apelo magnético para chamar sua atenção? "
A lição número um foi o contato visual. Sally pediu que os pais se revezassem para brincar com Emilio, incentivando-os a ficar cara a cara com o bebê e permanecer na sua linha de visão. Carmen Aguilar inclinou-se sobre o cobertor azul e sacudiu um brinquedo. "Emilio? Onde está o Emilio?
Do outro lado do espelho de duas faces, um pesquisador acompanhava a sessão e um assistente monitorava três câmeras de vídeo na sala. Sally Ozonoff, que foi a primeira a escolher Emilio para o estudo, parou para observar.
"Ele está olhando apenas para o objeto, embora o rosto de sua mãe esteja a oito centímetros de distância", disse ela. "Ele tem um rosto muito sóbrio e tranquilo".
Saul Aguilar foi o próximo a tentar. Ele colocou Emilio em uma cadeira vermelha feita de um saco de sementes e dobrou os lados sobre o bebê. "Chuá, chuá, chuá!", fez Saul. Nenhuma resposta.
Ele levantou Emilio para cima de sua cabeça e imitou um avião. Emilio olhou para o teto.
Então Saul colocou o bebê de volta na cadeira e pegou um lobo de pelúcia. Pôs o lobo sobre a cabeça e deixou-o cair em suas mãos. "Pschooo! Uuooó! Finalmente, Emilio olhou.
"Isso foi ótimo", disse Sally Rogers ao pai do bebê. "Você colocou o brinquedo sobre a cabeça e ele foi atraído para o seu rosto. Você usou o brinquedo para melhorar a interação social. Ao trazê-lo até o seu rosto, Emilio percebe você."
Embora as causas do autismo ainda sejam um mistério, os cientistas concordam que existe algum fator genético ou biológico envolvido. Tratamentos experimentais como o “Infant Start” visam abordar o ambiente social em que o bebê vive, para descobrir se as mudanças em casa podem alterar o desenvolvimento biológico da doença.
"As experiências formam os cérebros dos bebês de uma maneira muito física", explica Sally. "As experiências determinam as sinapses; algumas são construídas e outras são dissolvidas."
Na teoria, seum bebê prefere objetos em vez de rostos, uma "cascata de desenvolvimento" pode começar: os circuitos cerebrais que nasceram para a leitura facial são usados para outro fim, como o processamento da luz ou de objetos. Assim, os bebês perdem a capacidade de entender os sinais emocionais transmitidos pela observação de expressões faciais. Quanto mais tempo o cérebro de um bebê seguir este curso de desenvolvimento, mais difícil torna-se a intervenção.
Entretanto, o esforço de frear o autismo através de intervenções antecipadas apresenta um problema científico.
Como não existe um diagnóstico formal de autismo antes dos 2 anos, é impossível distinguir entre os bebês que são ajudados pela intervenção e os que jamais teriam desenvolvido autismo. Os pesquisadores precisam obter uma série de avanços com bebês como Emilio antes de fazer um estudo aleatório, comparando os bebês que recebem o tratamento com aqueles que não o recebem.
Os pais de Emilio estão felizes por seu filho participar da primeira fase do programa piloto. Eles viram o filho mais velho, Diego, progredir tanto na terapia comportamental entre as idades de 3 e 5, que ficam muito esperançosos com o que poderá acontecer com o mais novo.
Saul Aguilar largou o emprego em uma empresa de telecomunicações para cuidar de Emilio e trabalhar em seus objetivos todos os dias. Carmen Aguilar havia deixado seu emprego de assistente social quando o primeiro filho recebeu o diagnóstico. Mas os planos para o futuro tiveram que ser revistos depois da avaliação de 6 meses de Emílio.
"Eu sou a primeira pessoa da minha família a ir para a universidade," diz Carmen Aguilar. "Meu pensamento foi: 'agora já preparei o futuro de meu filho."
Mas, depois de saber que Emilio também pode ter autismo, ela diz que "você para de olhar para tão longe no futuro; somos forçados a pensar um dia de cada vez."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

DIVULGAÇÃO DO CURSO DE CUIDADORES ORGANIZADO PELA GERIATRIX - EMPRESA ESPECIALISTA EM ATENDIMENTO DOMICILIAR E CUIDADOS PALIATIVOS!!!
DIVULGUEM ESSA IDÉIA!!!