Pesquisas demonstram que, já a partir dos 25 anos, o cérebro inicia um processo gradual e lento de declínio cognitivo, ou perda de desempenho, que evolui com a idade. Na população idosa, o declínio cognitivo já é um importante assunto de saúde pública e uma bem reconhecida manifestação clínica desse declínio são as quedas. Idosos com comprometimento cognitivo caem duas vezes mais do que os que não possuem.
Um estudo publicado no ano passado pesquisou o efeito em idosos de um treino de resistência de 12 meses no desempenho cognitivo e risco de quedas. Seus resultados mostraram que o treino realizado uma ou duas vezes por semana melhorou o desempenho cognitivo, principalmente as características de atenção seletiva e solução de conflitos.
Após a conclusão deste estudo, os participantes foram acompanhados durante mais um ano e os resultados desse acompanhamento foram liberados recentemente. Idosos que participaram do programa de exercícios de resistência conseguiram manter os benefícios cognitivos e tiveram menos quedas, gerando economia para o sistema de saúde.
O estudo contou com 155 mulheres com idades entre 65 a 75 anos. O treino de resistência foi feito em aulas de 60 minutos utilizando um aparelho para as pernas (leg press) e pesos livres. Dentro dos que faziam o treino de resistência, havia um subgrupo que treinava uma vez por semana e outro que treinava duas vezes por semana. Esse grupo foi comparado a um grupo de controle que fazia treino de tonificação e equilíbrio duas vezes por semana, realizando exercícios de alongamento, amplitude de movimento, fortalecimento básico e equilíbrio, bem como de técnicas de relaxamento.
Surpreendentemente, o grupo que conseguiu sustentar os benefícios cognitivos foi o que treinava apenas uma vez por semana, ao invés de duas. Os autores do estudo especulam que este grupo provavelmente foi mais bem sucedido em manter o mesmo nível de atividade física obtido no estudo original.
Além dos benefícios cognitivos, os benefícios econômicos do grupo de uma vez por semana também foram mantidos um ano após o estudo original. O grupo de uma vez por semana gerou menos gastos relacionados ao uso do sistema de saúde e tiveram menos quedas do que o grupo de duas vezes por semana e o de tonificação.
Este estudo mostra mais uma vez que um corpo em forma está diretamente relacionado com um cérebro em forma. Em todas as idades, exercitar o corpo beneficia o cérebro. O treino aeróbico é geralmente associado a um melhor desempenho cognitivo, mas o interessante é que este novo estudo mostra que a musculação também pode ser adicionada à nossa lista de exercícios.
fonte: cerebromelhor.com.br
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