O cérebro da criança não é réplica em miniatura do cérebro adulto. Ele tem de acordo com a idade características anatômicas e fisiológicas diferentes. Nos primeiros anos de vida, o processo de maturação ou amadurecimento, em escala crescente, proporcionará perda das funções primitivas, aquisições, e aperfeiçoamento das novas funções adquiridas. Uma criança neste período pode apresentar o exame neurológico objetivo, mas o desenvolvimento Neuropsicomotor alterado. Alguns trabalhos da literatura mostram que o exame neurológico neonatal detecta aproximadamente 57% das crianças que acabam por desenvolver "paralisia cerebral". 43% delas, no entanto, apresentam o exame neurológico neonatal normal, vindo a desenvolver distúrbios durante o primeiro ano de vida. Estes distúrbios podem ser evitados promovendo-se a identificação e acompanhamento pré-natal das gestantes e posteriormente detectando-se na maternidade os RNs de RISCO, oferecendo a eles programa de estimulação precoce. (vide indicadores de risco para encaminhamento à estimulação precoce - ABAIXO)Intervir precocemente consiste em tratar o recém nascido com base na adequação dos padrões
motores anormais, com técnicas neuro-evolutivo bem planejadas. O programa de Estimulação Precoce consiste em estratégias simples que devem ser realizadas por um profissional especializado (fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e outros), apto a lidar as fragilidades do RN. Deve ocorre em grupos de até 08 mães com seus respectivos bebês, orientado pelo estimulador. A freqüência mínima recomendada para os encontros é duas vezes por semana, com orientação para manutenção dos exercícios em casa. Os recursos utilizados são simples e de baixo custo: sala ampla, ventilada e bem iluminada; pia; banheira para criança; colchonetes; almofadas; rolos e bolas Bobath; bonecas de pano para modelo de treinamento das mães; brinquedos pedagógicos; lanternas; espelhos. O SUS Campinas conta com este programa no Centro de Referência em Reabilitação, núcleo clínico da APAE, na Casa da Criança Paralítica e na Fundação Síndrome de Down. A avaliação neuropiscomotora evolutiva ocorre em conjunto com a equipe de pediatria da rede básica de saúde de referência da criança. A alta do programa
de estimulação precoce deve ocorrer no máximo aos 02 anos de idade para as crianças que não desenvolveram seqüelas. Aquelas que apresentaram algum atraso detectável no seu desenvolvimento neuropsicomotor devem ser encaminhadas aos núcleos ou programas de apoio específico à suas dificuldades.
De 01 a 02 meses
Fixa o olhar na mãe durante o aleitamento
Sorri
Senti-se seguro no colo da mãe
De 03 a 04 meses
Acompanha com olhar
Responde com balbucios
Olha para as mãos e coloca-as na boca
Sustenta a cabeça
Busca a direção dos sons
De 05 a 06 meses
Rola na cama
Senta com apoio
Leva os pés na boca
De 07 a 08 meses
Início do processo de mastigar
Estranha, pessoas fora do convívio
Senta sem apoio
Começa a arrastar-se
Atende pelo nome
De 09 a 10 meses
Engatinha
Firma os passos
Bate palmas
Dá tchau
12 meses
Anda sem apoio
Sabe o que quer
De 13 a 18 meses
Quer independência
Fala algumas palavras
De 19 meses a 02 anos
Gosta e precisa do convívio com outras crianças
Dá pequenas corridas
Sobe e desce escadas
Tem vontade própria
Fala muito "não"
Testa limites
De 02 a 03 anos
Controle de esfíncter
Início do "tirar a fralda"
Forma frases
Fala muito "é meu"
De 03 a 04 anos
Ajuda a vestir-se e calçar-se
Gosta de brincar com outras crianças
Brinca de faz de conta
De 04 a 06 anos
Corre alternando os pés
Participa de jogos
Toma banho veste-se sozinho, escolhe roupas
De 06 a 08 anos
Verbaliza conscientemente suas emoções
Aquisição da alfabetização
Caso ocorra uma diferença significativa nesta evolução, o pediatra da criança deve
ser avisado para, se necessário, encaminhar as equipes interdisciplinares de apoio.
Indicadores de risco para encaminhamento à estimulação precoce:
De risco biológico:
Peso ao nascimento de 1.500g ou menos.
Idade gestacional de 32 semanas ou menos.
Pequeno para a idade gestacional (menos de 10% para o peso).
Necessidade de ventilação por 36 horas ou mais.
Anormalidades no tônus muscular (hipotonia, hipertonia, assimetria de tonomovimento).
Convulsões neonatais recorrentes (03 ou mais).
Disfunção na alimentação.
Infecção TORCH sintomáticas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, vírus da
herpes tipo II, sífilis).
Meningite.
Afixia com Apgar menor que 04 em 05 minutos.
De risco estabelecido:
Hidrocefalia.
Microcefalia.
Anormalidades cromossômicas.
Anormalidades músculo-esqueléticas (quadris congenitamente luxados,
deficiências nos membros, artrogripose, contraturas articulares, torcicolo
congênito).
Nascimento múltiplo (acima de dois).
Lesões no plexo braquial (paralisia de Erb, paralisia de Klumpke).
Miopatias congênitas e distrofia miotônica.
Erros inatos de metabolismo.
Infecção por HIV.
De risco ambiental-social:
Alto risco social (apenas um dos pais, idades dos pais, menor que 17 anos, má
qualidade de ligação entre bebês e pais).. Abuso materno de drogas ou álcool.
Anormalidades no estado comportamental (letargia, irritabilidade excessiva,
instabilidade no estado comportamental).
Afinal, o que é a dislexia?
Há 11 anos
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