sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Falando de Reabilitação Cognitiva. . .

Cognição é uma complexa coleção de funções mentais que incluem atenção, percepção, compreensão, aprendizagem, memória e raciocínio, entre outras. Estes atributos mentais permitem que o homem compreenda e relacione-se com o mundo e seus elementos. A cognição compreende todos os processos mentais que nos permitem reconhecer, aprender, lembrar e conseguir trocar informações no ambiente em que vivemos. Cognição também refere-se ao planejamento, solução de problemas, monitoramento e julgamento, que são consideradas como funções cognitivas de alto nível. Se uma pessoa sofre algum tipo de dano cerebral, uma ou várias destas funções podem se tornar deficientes. Para recuperá-las será necessário empreender estratégias terapêuticas específicas para cada tipo de deficiência detectada. Logo, a Reabilitação Cognitiva (RC) é o processo que visa recuperar ou estimular as habilidades funcionais e cognitivas do homem, ou seja, (re)construir seus instrumentos cognitivos. Em muitos casos a RC vem complementar o tratamento farmacológico, necessário em vários tipos de distúrbios. Normalmente, o processo de reabilitação cognitiva se inicia após análise médica realizada por um neurologista que identifica o insulto neuronal em termos anatômicos e fisiológicos. Posteriormente, o neuropsicólogo concentra sua atenção na avaliação das deficiências efetivamente provocadas pela lesão em termos cognitivos e afetivos. Finalmente, o psicólogo ou psicopedagogo, seguindo as instruções dos especialistas, treina o paciente através de exercícios especialmente projetados para a reabilitação em sua deficiência cognitiva. o enfoque restaurador utiliza a repetição sistemática e hierárquica para obter melhora de desempenho dos componentes cognitivos. Já as estratégias compensatórias são trabalhadas visando o desempenho de tarefas. Outra dimensão conceitual explorada refere-se ao conteúdo das tarefas de tratamento. Algumas focam no treinamento do componente do processo cognitivo, como atenção e memória, enquanto outras focam no treinamento de habilidades funcionais, como a prática de um conjunto de passos em um trabalho de rotina. A exploração de um destes enfoques não exclui a utilização de outro. Muito pelo contrário, estas abordagens se complementam e possibilitam a integração de vários aspectos essenciais para a recuperação do paciente. Uma questão fundamental na RC refere-se aos conceitos de generalização e transferência. Ocorre transferência quando o aprendido pode ser aplicado a outro contexto dividindo-se em:
-Transferência positiva: quando o que é aprendido em um contexto facilita o aprendizado em outro contexto;
-Transferência negativa: quando o que é aprendido em um contexto impede o aprendizado em outro contexto. Na generalização, o novo conhecimento pode ser aplicado com sucesso em uma variedade de novos contextos e requer o uso de estratégias de memória e habilidades de pensamento. O objetivo central de qualquer programa de reabilitação é a generalização, que pode proporcionar autonomia e independência.
Podemos ressaltar ainda, os aspectos associados a teorias pedagógicas como o comportamentalismo e construtivismo. Em geral, os processos de RC possuem o trabalho inicial de recuperação bastante comportamentalista e algumas vezes, sem associações diretas com a vida diária. Entretanto, para alcançar a generalização é necessário a exploração da memória, que realiza as atividades de recuperação de informações armazenadas, associação destas informações com a situação real, interpretação e análise deste conjunto de informações. Observa-se que estes procedimentos possuem um enfoque mais construtivo e contextualizadoComo visto, a RC envolve questões de diferentes áreas, onde destaca-se a Neuropsicologia, que através da integração do conhecimento de diferentes domínios, propõe métodos de avaliação e recuperação de deficiências cerebrais.

2 comentários:

  1. Oi, fiquei curioso sobre um trecho do seu anúncio profissional "Reabilitação cognitiva, e se necessário motora". O psicólogo não tem habilitação para fazer reabilitação motora, somente quem está habilitado para tal, são terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos (motricidade oral).

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  2. CONCORDO PLENAMENTE COM VC ANONIMO!!! O PSICOLOGO NÃO TEM HABILITAÇÃO PARA REALIZAR QUALQUER PROCEDIMENTO MOTOR EM SEUS PACIENTES, MAS NO MEU CASO EU POSSO REALIZÁ-LO - SE NECESSÁRIO - PORQUE SOU FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA EM REABILITAÇÃO MOTORA. TENHO O RESPALDO TEORICO E PRÁTICO PARA APLICAR AS TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA MELHORA DO QUADRO MOTOR E ADJACENTE POSSO TRABALHAR MAIS A FUNDO A AREA COGNITIVA POR SER PSICÓLOGA TAMBÉM!!!
    QUALQUER DUVIDA É SÓ ME ESCREVER POR EMAIL!!!
    ABÇS

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