Participação da Dra. Diana em reportagem para o site Gazeta Online Sul.
Estou quase reprovado. E agora?
13/11/2009 - 09h09 (Andresa Alcoforado - Da Redação Multimídia)
Reta final para as provas e muitos alunos ainda não sabem se vão ou não passar de ano. Um drama que se repete para muitas famílias, mas os especialistas garantem: ainda dá tempo de mudar esta história. Para isso, é preciso ampliar o tempo de estudo e se dedicar às tarefas de casa.
Para os alunos, algumas matérias são como vilões. Matemática, física e química são as que mais recebem queixas. Para a professora de matemática Lúcia Cristina Miranda Couzzi não há segredo na disciplina. "Passa quem consegue fazer os exercícios em casa. Matemática é prática. Quem não faz os deveres não esclarece as dúvidas e aí não consegue se preparar para as provas. Não tem mistério, mas muita gente deixa para ter dúvida na véspera da prova", conta a professora.
Já o professor de história e geografia Gustavo Rubim vai além. Ele afirma que muitos alunos não conseguem interagir, situar o que aconteceu com o que está acontecendo na atualidade. "Eles precisam ler mais jornais e ver televisão. É importante se interessar pelas questões sociais até mesmo para alcançar maturidade", afirma.
Se a corrida é contra o tempo, vale mesmo qualquer coisa para não ficar reprovado. Aluna do 2° ano do ensino médio, Aline de Oliveira Azevedo, 17 anos, conta que sempre teve dificuldade em física, e o quarto bimestre sempre foi uma preocupação.
"Preciso fechar o bimestre final com 20 pontos. Sempre é uma preocupação porque não me dou bem em física. Aí tento fazer os exercícios para entender melhor a matéria e me sair bem nas provas", conta Aline.
Orientação fora da escola
Se sozinho o aluno não consegue recuperar as notas, o jeito é procurar ajuda fora da escola. Segundo a coordenadora de ensino médio Fernanda Faria Felícia, as orientadoras funcionam para ajudar o aluno a tirar as dúvidas e reforçar o horário de estudo.
"O aluno que quiser ainda dá tempo. Aqui na escola, vamos começar a segunda avaliação do quarto bimestre. Ainda tem a recuperação e a prova final. Além do estudo, o aluno deve se mostrar interessado. Isso também conta ponto para passar de ano", lembra a coordenadora.
Vale lembrar que este ano foi abolido nas escolas públicas e particulares o contrato, mais um recurso que o aluno que não passasse de ano, fazia depois das férias. Agora a última avaliação será a prova final.
Mudança de hábito
Depois de ficar reprovado no ano passado, o estudante do 3° ano do ensino médio, Rayron Teixeira, 17 anos, decidiu mudar de hábitos e esse ano está tranqüilo com as notas. "Esse ano aprendi a dar valor aos exercícios e sempre cumprir as tarefas", afirma.
Pais podem ajudar
Para a psicóloga, Diana Viana, especialista em neuropsicologia, vários fatores atrapalham os alunos, como o déficit de atenção e a dislexia, que são distúrbios de aprendizagem. Os pais precisam ficar atentos.
"No caso do déficit de atenção, observar se a criança não é muito distraída, se ela inicia, mas não completa as tarefas e, ainda, apresenta traços de impulsividade e hiperatividade são indicativos. Entre outros transtornos, que também são causa de reprovação, está a dislexia, distúrbio da leitura e escrita, que atinge 17% da população mundial, segundo a Associação Brasileira de Dislexia", afirma a psicóloga.
E são os pais que precisam redobrar a atenção para que o problema dos filhos não passe em branco. "É importante, quando a criança ou o jovem começa a apresentar as dificuldades em casa, os pais irem à escola saber se essa dificuldade também acontece lá. Sendo positivo, deve-se procurar o auxílio psicopedagógico. Persistindo as dificuldades, procurar um neuropediatra ou neuropsicólogo, para uma avaliação mais detalhada e específica", acrescenta Diana.
Atenção, pais :
- A super proteção pode atrapalhar
- É importante procurar ajuda logo no início das manifestações das dificuldades, para que impeça a reprovação.
- A reprovação pode alterar a estima do aluno
- Atenção para os sintomas: dispersão, fraco desenvolvimento da atenção, atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, dificuldade em aprender rimas e canções, fraco desenvolvimento da coordenação motora, dificuldade com quebra-cabeça e falta de interesse por livros impressos.
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