quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PSICOLOGIA INFANTIL

REPORTAGEM DO SITE CRESCER FALANDO DE UM ARTIGO IMPORTANTE E INTERESSANTE DE COMO AGIR COM OS FILHOS!!! VALE A PENA SABER!!!!



Um novo jeito de criar os filhos

Você já imaginou que elogiar as crianças pode não ser a melhor forma de ajudá-las a se desenvolver? Ao fazer essa descoberta, dois jornalistas norte-americanos investigaram outros mitos relacionados à infância. O resultado foi Nurture Shock, um livro que traz um novo olhar sobre a educação dos filhos


Simone Tinti

Como você se sentiu quando chegou com seu bebê em casa pela primeira vez? Com certeza, teve um frio na barriga e, insegura, se perguntou: o que eu faço agora? Partindo desse sentimento, os jornalistas Po Bronson (pai de duas crianças) e Ashley Merryman (que não tem filhos) escreveram Nurture Shock: New Thinking About Children (Um novo olhar sobre a educação das crianças, em tradução livre, ainda não lançado no Brasil). “Apesar de ‘nurture shock’ ser o termo usado para pais de primeira viagem, pensamos que essa insegurança pode ocorrer com qualquer pai quando se depara com algo para o qual não se sente preparado”, afirmam.

Mais do que escrever um manual, o objetivo dos autores foi reunir pesquisas sobre assuntos que todo pai tem de encarar em algum momento da vida de seu filho. O resultado foi uma obra que mexe com muitas das certezas das famílias. Para você ter uma ideia, a primeira descoberta deles foi como o elogio, em vez dar autoconfiança, acaba deixando a criança com receio de testar coisas novas. A partir dessa constatação, os jornalistas foram atrás de outros estudos e chegaram ao material reunido no livro. Na entrevista por e-mail à CRESCER, eles explicam os principais pontos.

Elogiar pode ter efeito inverso

A pesquisadora Carol Dweck, da Universidade de Stanford (EUA), avaliou o efeito de frases como “você foi muito bem na prova”, “como você é inteligente!” e descobriu que esse tipo de elogio produz um efeito contrário. As crianças passam a acreditar que o sucesso é algo inato – ou elas têm, ou não têm. O melhor a fazer, portanto, é elogiar o processo pelo qual a criança fez determinada coisa. Quando seu filho joga bem futebol, em vez de afirmar ”você é um grande atleta”, é melhor dizer “foi ótimo quando o outro time fez um gol e você não se abalou”, ou “gostei como você driblou aquele jogador”. Assim, a criança vai saber o que fez bem e, então, pensar em como repetir o feito da próxima vez.

Menos stress em família

Um pesquisador perguntou às crianças o que elas mudariam em seus pais. Os adultos esperavam que a resposta fosse “mais tempo”. No entanto, o que elas querem é que os pais estejam menos estressados durante os momentos que passam juntos.

Ser honesto é o mais importante

Ao considerar todas as pesquisas que investigamos, uma coisa se destacou o tempo todo: a importância dos pais serem honestos com seus filhos. É na tentativa de manipular as crianças que surgem os problemas: quando, por exemplo, brigam entre si, mas agem como se estivesse tudo bem na frente dos filhos. É um relacionamento baseado na confiança que sustentará seu filho na medida em que ele cresce.

Esqueça a culpa por não fazer tudo certo

Os pais não devem se sentir obrigados a seguir todo conselho que ouvem. O que precisam é perguntar de onde veio o conselho e qual a evidência que o sustenta: é algo que eu acho importante para educar meu filho? A maioria dos pais está fazendo o melhor que pode e com base no que têm à disposição: tempo, dinheiro, recursos ou know-how.

Coloque o seu filho na cama mais cedo

Os pais precisam considerar o sono dos filhos como questão de saúde. Quando repousa é que o cérebro da criança codifica o que ela aprendeu de dia. Dormir é essencial também para regular as emoções e o metabolismo. Se você não põe seu filho na cama para passar mais tempo com ele, precisa se perguntar: vocês estão interagindo? Ou você só deixou a TV ligada e não está prestando atenção à criança? Se esse for o caso, então ela deve, sim, ir para a cama.

Converse sobre diferenças raciais com as crianças

Elas podem não compreender os aspectos culturais, mas, desde bebês, enxergam diferentes cores de pele, de cabelo e de físico. As mais novas pensam que, se um colega se parece com ela, têm outras coisas em comum e poderão ser amigos – vai acontecer o contrário se for um colega com cor de pele diferente. Pesquisa da Universidade do Colorado (EUA) acompanhou 200 crianças (metade branca e metade negra) e constatou que, aos 3 anos, 86% delas escolheram amigos de sua própria raça. Por isso, é importante explicar ao seu filho que aparência é apenas o que está por fora.

Lembre-se que nem tudo é apenas “bom” ou “ruim”

Se pensarem com base nesses termos, os pais vão cair em estereótipos e perder o principal. Até mesmo um programa educativo que mostra como ser gentil, por exemplo, pode ter um lado negativo (pense em um desenho em que os personagens brigam o tempo todo e reatam só no fim...). Além disso, as próprias crianças também não são inteiramente “boas” ou “más”. Aquela “criança difícil” pode ser legal com os amigos, enquanto aquela vista como a boazinha também pode ter atitudes mesquinhas.



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